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20/06/2021

'A Covid levou meu pai, tia e prima'

O engenheiro civil Fábio Machado Randi, que teria completado 67 anos nno último dia 8, sonhava em conhecer o Egito. Ariana Randi, 38 anos, aguardava por sua segunda maternidade, já que estava no fim de uma gestação. Roseli Randi, 59 anos, mãe de Ariana, esperava cuidar de mais um netinho. Esses planos, contudo, nunca irão se concretizar, porque a Covid-19, em sua forma mais letal, interrompeu precocemente a vida desses três membros da família Randi.

Quem conta essa dolorosa história é o bauruense Thiago Randi, que ainda aprende a conviver com a ausência do pai, da tia e da prima. "Dia 8 de junho, aniversário do meu pai, foi um dia esquisito, meio nublado. Deu mais tristeza, mais saudade. Eu, meu pai e meu irmão (Thadeu), temos uma empresa de construção civil aqui na cidade. Então, a gente ficava junto o dia inteiro. De quarta-feira à noite, a gente se reunia para conversar, beber, dar risada. Ele faz tanta falta... você não faz ideia. Agradeço a Deus pela oportunidade de ser filho dele", diz.

Fábio perdeu a batalha contra o coronavírus em 9 de janeiro de 2021. Antes disso, passou um período intubado, melhorou, mas teve uma embolia na perna e precisou de cirurgia. A operação foi feita em uma sexta-feira, porém, ele acabou falecendo no dia seguinte. "Ele era cardiopata, mas estava bem e tomava todos os remédios direitinho. Para você ter uma ideia, pouco antes de ter Covid, ele desceu do 8.º andar do nosso prédio até o subsolo pela escada", lembra o filho, que também é engenheiro civil.

Poucos meses depois, a doença voltou a abalar os membros da família, dessa vez, em Paranavaí (PR). "Minha tia Roseli, irmã do meu pai, faleceu de Covid no Dia das Mães (8 de maio). E, semanas depois, a filha dela, Ariana, que estava grávida e com a bebê para nascer, também foi internada com coronavírus. Eles tiveram que fazer o parto da Heliza e, dois dias depois, o quadro da Ariana piorou e precisou de intubação. Após mais dois dias, em 29 de maio, ela faleceu", relata Thiago.

Segundo o engenheiro civil, a família Randi é extensa e está 'espalhada' por diversas cidades do País. Porém, a pandemia impossibilitou reuniões presenciais. "A gente mantém contato pela Internet e grupos de WhatsApp, já que o encontro, por enquanto, não pode ser realizado de forma segura. E agora, meu pai, minha tia e minha prima vão fazer e já fazem muita falta. As pessoas não levam essa doença a sério. É preciso se prevenir ao máximo. A saudade dói e fica para sempre", finaliza, emocionado.

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Fonte: JC Net
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