Bem-vindo -
11/07/2021

A síndrome do coração partido

Aperto no peito, falta de ar, palpitações e, em alguns casos, náuseas e vômitos. O que muitos chamam de "dor de cotovelo" é, na verdade, a cardiomiopatia de Takotsubo, popularmente conhecida como síndrome do coração partido. E ela não pode ser reduzida apenas a uma decepção amorosa. É uma condição que se caracteriza pelo enfraquecimento da câmara principal de bombeamento do coração e costuma surgir após uma situação de forte estresse, como a perda de um ente querido ou, por exemplo, uma enchente ou outro desastre natural.

O transtorno também já foi relatado após um evento feliz, como um casamento, ou um evento estressante, como uma reunião ou o início de um novo emprego, segundo reportagem do G1, via BBC Brasil. Embora, de acordo com a Fundação Britânica do Coração, cerca de 30% dos pacientes não consigam identificar o que a desencadeou.

Mas o que pesquisadores do Imperial College de Londres descobriram agora é que existem duas moléculas-chave associadas à doença. De acordo com os resultados, o aumento dessas duas moléculas (micro-RNA 16 e micro-RNA 26a) ligadas ao estresse, ansiedade e depressão, tornam a pessoa mais propensa a sofrer com a síndrome, já que seu corpo fica mais sensível à adrenalina.

Identificada pela primeira vez no Japão no início dos anos 1990, a condição se assemelha muito a um ataque cardíaco em seus sintomas. Pessoas que sofrem com isso - principalmente mulheres no pós-menopausa - sentem a maioria dos sintomas.

"As pessoas vão para o hospital achando que é um infarto, mas quando os médicos olham o coração, primeiro veem que não há entupimento (nas artérias), depois que ficou com um formato estranho: a parte superior contrai-se intensamente, enquanto a inferior parece estar paralisada", explica Sian Harding, professor de Farmacologia Cardíaca do Imperial College.

Angústia que ainda não tem tratamento

Embora a maioria dos pacientes com síndrome do coração partido se recupere após alguns dias ou semanas e o dano cardíaco seja leve em comparação com um ataque cardíaco, a condição pode ser recorrente e, em cerca de 5% dos casos, fatal. Ainda não há um tratamento específico para a doença.

Outros estudos já mostravam que, durante a síndrome, os ventrículos do nosso coração não contraem corretamente, simulando um infarto do miocárdio e resultando numa imagem semelhante a um coração partido.

Segundo o cardiologista e especialista em infarto do Hospital do Coração (HCor), Leopoldo Piegas, sentir-se com o "coração partido", seja por um término de relacionamento, pela morte de uma pessoa querida, pela perda do emprego ou outra forte emoção, que nos cause aquela dor no peito ou aperto no coração, passou de problema de relações interpessoais ou emoções contundentes, que era resolvido por meio de conversas ou pelo tempo, para o patamar de síndrome.



Fonte: JC Net
Compartilhe!
Deixe seu comentário

Veja
Também

Marília Urgente - Sua Notícia em Marília e Região
© Copyright 2019 Marília Urgente - Sua Notícia em Marília e Região. Todos os direitos reservados CNPJ: 42.082.895/0001-09