A luta de uma mãe para garantir a segurança e o bem-estar do filho após um episódio grave de bullying expõe uma realidade preocupante dentro das escolas públicas. Um adolescente de 14 anos, que ingressou em uma nova escola no início do ano letivo, passou por um episódio extremo de violência psicológica que quase resultou em tragédia.
José (nome fictício) foi matriculado na Escola Estadual Professor Baltazar de Godoy Moreira, após estudar durante anos na Escola Gabriel Monteiro. Nos primeiros dias de aula, o jovem começou a sofrer ofensas e humilhações constantes por parte de colegas, sendo chamado de "bixinha" e "esquisito". A perseguição tornou-se insustentável ao longo da primeira semana, levando o adolescente a tentar tirar a própria vida no dia 9 de fevereiro.
Diante do desespero, a família acionou a escola e registrou um Boletim de Ocorrência, denunciando o caso de injúria. Segundo relato da mãe, o filho precisou ser hospitalizado após a tentativa de suicídio e, desde então, encontra-se em tratamento psiquiátrico, sob o uso de medicação controlada. Mesmo após o ocorrido, a vítima não se sentia segura para retornar à escola onde tudo aconteceu, levando a mãe a solicitar a transferência para a unidade escolar anterior.
No entanto, o pedido foi inicialmente negado pela direção da escola Gabriel Monteiro, sob a alegação de falta de vagas. A mãe não desistiu e continuou insistindo com a Diretoria de Ensino, alertando para os riscos emocionais que o filho enfrentaria caso precisasse continuar no ambiente onde sofreu bullying.
Após dias de espera e pressão por parte da família, a Diretoria de Ensino reconsiderou e autorizou a transferência do estudante. A decisão trouxe alívio à mãe, que comemorou a mudança, mas fez um apelo para que casos como esse sejam levados mais a sério desde o início. "Meu filho ainda está muito abalado, mas pelo menos agora poderá recomeçar em um ambiente onde se sente mais seguro", disse.
Bullying e cyberbullying praticados por menores de 18 anos são considerados atos infracionais equiparados a crime.
Casos como o de José não são isolados. O bullying continua sendo um problema estrutural dentro das instituições de ensino, com impactos devastadores na saúde mental dos estudantes. Estudos indicam que alunos vítimas de bullying têm maiores chances de desenvolver depressão, ansiedade e, em casos extremos, pensamentos suicidas.
Diante desse cenário, especialistas reforçam a necessidade de medidas urgentes e eficazes para combater o problema. Ações como capacitação de professores, campanhas de conscientização e políticas de acolhimento são fundamentais para criar um ambiente escolar mais seguro e inclusivo.
A sociedade como um todo precisa se engajar na luta contra o bullying. Pais, educadores e gestores escolares devem atuar de maneira preventiva, ouvindo os alunos e garantindo que denúncias sejam tratadas com seriedade e rapidez.
O caso de José serve como um alerta para a urgência de mudanças e reforça a necessidade de medidas efetivas para proteger crianças e adolescentes dentro do ambiente escolar. Afinal, nenhuma criança ou jovem deveria temer ir à escola por medo de violência e humilhação.
Se você presenciar ou souber de um caso de bullying, denuncie. O silêncio pode custar vidas.