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As chuvas do verão, que compreendem o período de 21 de dezembro até 20 de março, tiveram volume abaixo da média em Bauru, mas os estragos, ainda sim, foram bastantes significativos, informa a Defesa Civil. Além das quedas de árvores e de energia, buracos, desprendimento de asfalto e os tradicionais alagamentos, os que mais sentiram os estragos na pele, segundo o órgão, foram as famílias que tiveram seus imóveis interditados. O "A Cidade é Sua" mostrou diversos casos. Ao todo foram 22 na cidade, em 2021. Há um ranking dos bairros que tiveram mais interdições neste verão, sendo em 1.º lugar o Ferradura Mirim, devido à condição de favela, em 2.º o Nova Bauru e em 3.º o Parque Jaraguá. Estes dois devido à precariedade de construção.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Marcelo Ryal, o problema recorrente em Bauru é muito volume de chuva num período de curto tempo. "Isso causa um impacto muito grande em nossa infraestrutura e historicamente não temos drenagem eficiente", comenta. A preocupação da Defesa Civil é com o crescimento acelerado de construção de casas no Jaraguá. "Com a chegada do asfalto, lá estão sendo construídas muitas casas, mas tem muitos terrenos que são divididos em dois e não são preparados adequadamente. Aí, conforme surgem chuvas volumosas, ocorrem rachaduras. A maioria nem tem a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica-ART)", acrescenta Ryal.
ALERTA DE CHUVAS
A Defesa Civil alerta ainda que Bauru terá até o fim deste mês ao menos mais uma tempestade volumosa e mais duas chuvas de médio porte. Em 2021 foram nove, sendo quatro no perímetro urbano e cinco na zona rural.
MAIS GRAVE
A interdição mais grave ocorreu, na verdade, em um conjunto de endereços vizinhos, na virada do ano, no Jardim Godoy. Em uma edícula de alvenaria na rua Napoleão Bianconcini o imóvel teve muita infiltração e rachaduras severas. Na casa dos fundos, pelo fato de a residência ter sido construída em nível mais baixo que o da via pública, as águas pluviais do imóvel são lançadas na rua, cuja tubulação para pelo corredor de uma igreja vizinha. Recentemente, o muro de arrimo da igreja desabou, afetando a tubulação e causando a obstrução da rede.
VOLUME MENOR
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em Bauru houve chuva de 180.87mm em janeiro de 2021, ante 146.07mm do mesmo período do ano passado.
Em ambos os casos, números abaixo da média, onde os dados para este mês são de 274.27mm. "Os valores de precipitação foram menores que a climatologia prevê. Em fevereiro do ano passado choveu 234.27mm e em fevereiro deste ano choveu 68.44mm, onde a média estipula 197.02mm", disse o meteorologista do Inpe, Bruno Guimarães.
A chuvarada do verão deixou o abastecimento equilibrado, segundo o DAE. A autarquia comunica ter 35 poços profundos e 56 reservatórios, que exigem manutenções emergenciais e rotineiras nesse sistema, que podem acarretar momentaneamente na interrupção do fornecimento de água na rede pública de abastecimento.
Mesmo com o nível seguro do Rio Batalha, que hoje está com sua capacidade máxima de 3,20m, e com chuvas dos últimos dias, os cuidados para evitar o consumo hídrico excessivo devem ser mantidos.
A Secretaria de Obras informou os principais pontos prejudicados pelas chuvas de 2021. São eles: rua São Lourenço, com recuperação da galeria concluída; Nova Florida; com recuperação da galeria em reta final; rua Augusta Karg e Residencial Pinheirinho, ambos com contenção paliativa de erosão; rua Ataliba Bastos (recuperação da galeria em andamento); talude da Nuno de Assis (contenção paliativa); lagoa da Quinta da Bela Olinda (contenção paliativa de erosão); av. Nações Unidas (recuperação de asfalto); Jd. Rosa Branca (contenção de erosão) e a operação tapa-buraco que está em andamento.
