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04/08/2021

Após 50 dias de internação, mãe vence a Covid-19 e conhece a filha

Quer motivação maior para vencer a forma grave da Covid-19 do que a esperança de poder carregar, pela primeira vez, a própria filha nos braços? 50 dias depois de dar à luz, Julia Gabriela de Oliveira Melo, de 38 anos, conheceu a pequena Lívia. Grávida de quase oito meses, a mãe de terceira viagem pegou o coronavírus, foi internada e precisou fazer o parto antes de ser transferida para a UTI, onde ficou intubada por pouco por mais de um mês, além de outros 15 dias que passou na enfermaria. Na última semana, Julia recebeu alta e, finalmente, conheceu a bebê.

"Depois que a sedação passou, eu nem sabia o que tinha acontecido. Fiquei desesperada sem saber se ela tinha sobrevivido ou não. Quando me mostraram a foto dela, ficava me perguntando o que seria da milha filha se eu morresse. Então, decidi que iria vencer essa doença para cuidar dela", conta a mãe, ainda emocionada.

LUTANDO PELA VIDA

Natural de Ubirajara, mas residente em Bauru há 12 anos, Julia, que mora com a família no Mary Dota, estava afastada da entidade assistencial onde trabalha justamente por se encaixar no grupo de risco da Covid-19 em virtude da sua gestação. "Não dá para saber como eu peguei o vírus, mas acredito que seja em uma das idas ao mercado ou à padaria, única tarefa que eu fazia fora de casa", comenta, aventando, ainda, a possibilidade de ter contraído a doença de alguém que vive com ela.

No dia 7 de junho, os sintomas começaram a aparecer: diarreia, vômito e febre alta. Orientada a procurar diretamente pela Maternidade Santa Isabel, ela foi até a unidade de saúde, de onde recebeu diagnóstico de virose. Dois dias depois, a então gestante de quase oito meses piorou. "Eu tive tosse e falta de ar, o que me motivou a buscar atendimento médico na UPA do Mary Dota", acrescenta.

Na unidade, Julia fez o teste para a Covid-19. "Eu voltei para casa, passei muito mal e retornei à Maternidade. Lá, descobri que estava mesmo com a doença e, no dia 11 de junho, consegui a transferência para a enfermaria do Hospital Estadual", narra.

Como o quadro da paciente só piorava, a equipe médica do hospital decidiu fazer o parto. "Disseram que até tentaram me mostrar a minha filha, mas eu fiquei inconsciente e não consegui vê-la", descreve.

ANGÚSTIA E FORÇAS

A pequena Lívia nasceu por volta das 10h do dia 14 de junho com 1,742 quilo e 42 centímetros. Apesar de aparentemente saudável, o bebê também ficou internado na Maternidade por cerca de um mês.

"Na noite após o parto, eu fui para a UTI, onde permaneci por 35 dias, sendo cinco completamente inconsciente. Tenho algumas lembranças de tentar tirar o aparelho e cair da cama, porque queria saber da minha filha", narra.

Quando recobrou a consciência, os enfermeiros colocaram fim em toda aquela angústia ao contar que a filha havia sobrevivido e estava bem. Ao sair da UTI, Julia ainda ficou 15 dias na enfermaria. "Me mostraram uma foto dela e eu tive mais forças ainda para lutar".

'SEM REAÇÃO'

Após ter alta, Julia, enfim, conheceu a pequena Lívia na última quarta-feira (28). "Fiquei sem reação, sem palavras, de tanta emoção. Até agora, parece que ainda estou sem chão de tudo o que vivemos. Parece que a ficha não caiu, sabe?".

Ela conta que a bebê, apesar de ser "pequenininha por ter nascido prematura", está saudável. "Ela já é uma guerreira", diz a mãe, que, com certeza, passou essa característica para a filha.

Com a experiência, Julia aprendeu a dar mais valor aos seus. "Além disso, nós não conseguimos controlar nada, pois tudo está nas mãos de Deus", conclui.

Passada toda a "tempestade", Julia aguarda a sua vez na fila do SUS para a fisioterapia pós-Covid. "No posto, eles informaram que tem demorado meses, afinal, muitas pessoas também precisam passar por esse tratamento", conta.

Assim, ela aproveita a oportunidade para pedir ajuda para o custeio da sua recuperação. Para tanto, basta entrar em contato através do telefone (14) 99143-6945.

E não foi só a filha que Julia conheceu após vencer a forma grave da Covid-19 e sair do hospital. Ela também pôde, enfim, carregar a sua primeira neta no colo.

Casada atualmente com o montador de máquinas Diego Francisco Bispo, de 33 anos, a auxiliar de limpeza tem um casal de filhos de outro relacionamento: João Pedro, de 17, e Larissa, de 20, que deu à luz a Alice enquanto Julia ainda estava internada na UTI.

"Isso também me deixava ainda mais preocupada. Porque eu também ficava pensando na gravidez da minha filha", conta.

No último sábado (31), três dias após a sua alta hospitalar, a recém-avó, enfim, também conheceu a sua neta.



Fonte: JC Net
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