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17/03/2021

Após infecção por Covid, cirurgias devem ser adiadas em sete semanas

Um estudo multicêntrico envolvendo mais de 1,6 mil hospitais do mundo inteiro, incluindo o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP em Bauru, analisou os impactos da Covid-19 em pacientes cirúrgicos e serviços. A pesquisa apontou que, sempre que possível, a cirurgia deve ser adiada por, pelo menos, sete semanas após a infecção pelo novo coronavírus.

O estudo envolveu dados de 140.231 pacientes, 1.674 hospitais e 116 países. Chamada CovidSurg Collaborative, a iniciativa é liderada por pesquisadores da Universidade de Birmingham (Inglaterra). No último dia 9, um artigo científico resultante dessa colaboração internacional publicado na revista Anaesthesia - principal periódico da área de Anestesiologia do mundo - concluiu que sete semanas é o prazo mínimo ideal de adiamento da cirurgia, uma vez que aqueles infectados com o coronavírus podem ter, por exemplo, mais complicações pulmonares após o procedimento.

A pesquisa, que incluiu pacientes submetidos a cirurgia eletiva ou de emergência durante o mês de outubro de 2020, apontou ainda que pacientes com sintomas contínuos por sete semanas ou mais a partir do diagnóstico podem se beneficiar de um adiamento maior.

EM BAURU

Os pesquisadores do Centrinho/USP participantes são os professores Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do hospital, diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP) e coordenador do Laboratório de Farmacologia; Nivaldo Alonso, chefe técnico da Seção de Cirurgia Craniofacial do Centrinho e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP), da Capital; e Cristiano Tonello, chefe técnico do Departamento Hospitalar do Centrinho e docente do Curso de Medicina da FOB.

Para Carlos Ferreira dos Santos, "essa importante colaboração à ciência e à qualidade e segurança da assistência aos pacientes só foi possível graças à expertise cirúrgica da equipe do HRAC/USP aliada à estrutura aperfeiçoada durante a pandemia, que possibilitou a realização de testes RT-PCR em tempo real para diagnóstico molecular da Covid-19 no Laboratório de Farmacologia da FOB".

"Os resultados demonstram o melhor momento para cirurgias eletivas após episódio de infecção por Covid-19, quanto à segurança para o paciente. Outros trabalhos desse nosso grupo de pesquisadores deverão ser publicados ao longo dos próximos meses. Trata-se de um dos maiores e mais abrangentes estudos de cirurgia em tempos de pandemia do mundo", destaca Nivaldo Alonso.

Já Cristiano Tonello pontua que o assunto é de extrema importância para a segurança de pacientes positivos para Covid-19 que serão submetidos a cirurgias. "O estudo comparou pacientes cirúrgicos com infecção pré-operatória por SARS-CoV-2 com aqueles sem infecção prévia. E apontou risco aumentado, por exemplo, para complicações pulmonares após a cirurgia naqueles com infecção prévia", destaca o médico, fazendo a ressalva que esse prazo de adiamento deve ser analisado caso a casa, dependendo da urgência da cirurgia necessária, como, por exemplo, casos de tumores.

ACESSE

O título do artigo com os resultados é "Momento da cirurgia após infecção por SARS-CoV-2: Um estudo de coorte prospectivo internacional" e está disponível em https://associationofanaesthetists-publications.onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/anae.15458.

Já a plataforma que reúne os dados e informações sobre a iniciativa pode ser acessada em https://globalsurg.org/covidsurg/.



Fonte: JC Net
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