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Após uma pausa nas viagens por conta da pandemia, um grupo de 22 ciganos está acampado em um terreno ao lado da rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), a Bauru-Marília, na região do Parque Jaraguá.
Giselda Bispo da Cruz, de 38 anos, que é filha de ciganos e também tem três filhos que seguiram a tradição, conta que o atual contexto impactou na vida nômade. "Estávamos em Presidente Prudente, onde temos residência, esperando a pandemia dar uma amenizada. A vontade de viajar era muito grande. Não conseguimos ficar parados".
Eles chegaram há cerca de um mês. Para comprar comida, remédios e pagar o combustível das viagens, o grupo vende toalhas de mesa, panos de prato e balas no semáforo. Porém, é comum em outros acampamentos a renda vir das leituras de mãos, algo que, curiosamente, não ocorre com este grupo. "Antes, era obrigatório todos saberem ler mãos. Mas as coisas foram mudando e, agora, não precisamos mais. Eu mesma raramente leio, só quando realmente precisa", detalha Giselda.
CIDADE ACOLHEDORA
Quando questionados sobre o motivo de terem escolhido Bauru, contam que outro grupo de ciganos indicou a cidade. "Disseram que as pessoas são boas e tratam a gente bem. Essa é a primeira vez que estamos aqui e vimos que é verdade. Fomos muito bem recebidos pelos vizinhos. É um lugar bom, sossegado", diz Teresa de Jesus, 84 anos, uma das integrantes mais antigas da família de ciganos.
Por outro lado, não há previsão para o grupo migrar a outra cidade, já que eles ainda não decidiram se vão viajar para o Paraná ou se vão voltar para a região de Presidente Prudente.
