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08/08/2021

Até estacas de sustentação da alça de viaduto são furtadas em Bauru

Em Bauru, a onda de ataques ao patrimônio público se agrava. A prefeitura constatou, recentemente, que até estacas de eucalipto, parafusos e porcas da estrutura de escoramento da alça do Viaduto João Simonetti, no Centro, estão sendo furtados. A situação escancara a falta de respeito com o que é coletivo, problema potencializado pelo crescimento da pobreza no País, conforme o JC tem abordado.

Sob a alça do viaduto, é possível visualizar vários buracos vazios onde deveriam estar os parafusos. Em outros trechos, constata-se a retirada da estaca de eucalipto, que fora furtada. De acordo com Leandro Joaquim, titular da Secretaria de Obras, nos últimos quatro meses, foram levadas ao menos dez estacas de eucalipto de 5 metros por 5 centímetros, que são usadas no travamento das 40 toras da mesma árvore.

Mais de 30 parafusos de cerca de 20 centímetros de comprimento também sumiram. "Quem fez isso, tem uma chave grande para soltar as porcas. Não é tão simples. Apesar de esses itens estarem faltando, avaliamos que a estrutura ainda está segura. Porém, é triste ver o reflexo da miséria, com pessoas furtando até madeira e parafusos", comenta.

Por outro lado, para tentar conter os furtos e evitar que tantas peças sejam levadas e futuramente comprometam a estabilidade do escoramento, a pasta deverá soldar os parafusos e porcas instalados no local.

MAIS PROBLEMAS

Nos últimos três meses, também houve o registro do furto de 150 grelhas de ferro fundido usadas nas bocas de lobo (bueiros) da avenida Nações Norte, que evitam a entrada de sujeira no sistema de galerias pluviais. "Nesse caso, acredito que há um grupo organizado por trás. Porque não é fácil retirar esse equipamento para levar embora. São necessárias ferramentas específicas. Também há o risco de acidentes, porque a boca de lobo fica sem tampa. O que pretendemos fazer é repor com um pré-moldado de concreto, porém, não há previsão", complementa o secretário.

O Departamento de Água e Esgoto (DAE) também enfrenta problemas com vandalismo e furtos, principalmente em poços de captação de água e reservatórios. Para se ter uma ideia, somente este ano, foram registrados 20 furtos, isso sem contar com as muitas tentativas fracassadas dos criminosos. O DAE destaca que os ataques provocam desabastecimento na região atendida, sem contar nos custos envolvidos nos reparos.

Também são alvos desses criminosos creches, escolas, postos de saúde e inúmeros outros prédios públicos. Em maio, os números já constatavam esse agravamento: na época, o registro de ocorrências (129) quase superava as de 2020 inteiro (133), conforme o JC alertou.

POBREZA

Na ocasião, inclusive, o cientista político Bruno Pasquarelli apontou a inexistência de variável única para explicar o aumento das ocorrências de furto e vandalismo nos prédios municipais, mas a principal delas corresponde ao crescimento da pobreza. "Vários estudos sociológicos mostram que a pobreza está diretamente relacionada à criminalidade, porque o desespero leva as pessoas a apresentarem uma tendência maior em criar conflitos", apontou.

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Fonte: JC Net
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