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Boa parte dos bares de Bauru deverá fechar as portas a partir desta sexta-feira (18) até o dia 30, enquanto vigorar o decreto municipal que impôs regras mais rígidas para o funcionamento de estabelecimentos comerciais, em meio ao crescente número de casos de Covid-19 e superlotação das unidades de saúde. Na avaliação dos empresários, o setor de bares foi desproporcionalmente penalizado pelo novo regramento, que, segundo eles, praticamente inviabiliza o atendimento ao público devido à proibição de venda de bebidas alcoólicas aos finais de semana.
Ainda nesta quinta (17), representantes do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Bauru e Região e empresários se reuniram com o secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias, para pedir a flexibilização do decreto. Como resposta, foram informados de que, neste momento, não há nada a ser feito diante do aumento de casos e internações por Covid-19 na cidade.
"Nos foi acenada a possibilidade de, na semana que vem, haver uma nova conversa, se a quantidade de pessoas internadas começar a diminuir. Mas, até lá, a maioria dos bares deverá ficar parada, vendendo uma coisa ou outra por delivery", observa Carlos Momesso, presidente do sindicato. De acordo com ele, os restaurantes também serão impactados, mas em menor intensidade, já que seguirão funcionando em horário de almoço.
REIVINDICAÇÃO
Empresários ouvidos pelo Jornal da Cidade afirmam que sequer conseguiram repor as perdas acumuladas depois de um ano e três meses de pandemia. No sentido de impedir novos prejuízos, o Sindicato do Comércio Varejista de Bauru e Região (Sincomércio) divulgou nota reivindicando a retomada da proibição de venda de bebidas alcoólicas para o horário anterior, de segunda a domingo, após as 21h, junto com o encerramento do expediente destes estabelecimentos.
Pelo novo decreto, a comercialização de bebidas fica vedada, durante os dias da semana, das 19h às 6h do dia seguinte. Aos finais de semana, a proibição vale das 19h de sexta até as 6h de segunda-feira. Bares, lanchonetes, restaurantes e demais estabelecimentos de alimentação estão autorizados a receber clientes das 6h às 19h, com limite máximo para fechamento das portas até as 20h, em todos os dias da semana (veja, no quadro, mais detalhes sobre as regras).
Proprietário do Vitrola Bar, Lazinho Capriolli afirma que, antes de restringir o funcionamento de bares e restaurantes, a prefeitura deveria ter intensificado a fiscalização contra os que descumprem as normas sanitárias, que, de acordo com ele, são minoria em Bauru. "O decreto foi duro apenas com este setor, inviabilizando a abertura dos estabelecimentos, enquanto o resto da cidade continuará funcionando. Não faz sentido", reclama.
DE SURPRESA
O prejuízo, ele lembra, não será apenas dos empresários, mas também de colaboradores e músicos, que ficarão sem trabalhar.
Em entrevista concedida ontem ao Cidade 360º, programa multimídia do JC/JCNET em parceria com 96FM, Luiz Fernando Gimenes, proprietário do James Joyce Irish Pub, lamentou, ainda, o fato de o decreto ter sido publicado no meio da semana, quando a maioria dos empresários já havia feito compras e reposto estoque para atender a clientela na sexta, sábado e domingo.
"Essa decisão nos pegou de surpresa e vai nos deixar em uma condição muito complicada. Vamos ter de fechar. Sabemos que a situação da saúde em Bauru é alarmante, mas, com fiscalização mais constante e punindo aqueles que descumprem as regras, daria para fazer o controle, para que todos pudessem continuar abertos", opina.
