Bauru tem novo recorde de mortes e casos de Covid-19 em um mês

Abril ainda não terminou, mas já deixou uma triste marca para Bauru. O mês, que se encerra nesta sexta-feira (30), já é o mais letal de toda a pandemia da Covid-19 na cidade e também o que registrou maior volume de casos. Em 28 dias, 168 moradores perderam a batalha para o novo coronavírus, número maior que o recorde anterior, de 162 óbitos, registrado em março.

Juntos, os dois meses mais críticos da pandemia já somam 330 mortes, quantidade acima da totalizada durante o ano passado inteiro, que foi encerrado com saldo de 299 vítimas fatais. E, conforme levantamento elaborado pelo JC com base nos boletins epidemiológicos divulgados diariamente pela prefeitura, abril de 2021 também já é o mês com maior número de casos.

Do dia 1 até esta quarta-feira, a Secretaria Municipal de Saúde havia notificado 5.129 novos casos de infecção por Covid-19, número 9% acima do recorde anterior, de 4.701 registros, contabilizados em março deste ano.

A elevação das infecções, aliás, foi destacada pelo Jornal da Cidade na edição desta terça-feira, em que o secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias, manifestou preocupação. "A gente não sabe como este vírus irá se comportar. Por ordem do governo do Estado, comércio e serviços voltaram a funcionar em uma fase de transição, ainda com restrições, mas não sabemos se esta reabertura trará algum impacto. Estamos acompanhando", comentou, reforçando o pedido para que a população utilize máscara, higienize periodicamente as mãos e mantenha o distanciamento social.

ALERTA

O que provoca um sinal de alerta ainda maior, porém, é o fato de as UTIs disponíveis na rede pública de Bauru estarem operando, novamente, no limite da capacidade ou acima dele. A UTI do hospital de campanha no Hospital das Clínicas, por exemplo, que conta com 10 leitos e foi inaugurada em 15 de abril, está com 100% de ocupação desde segunda-feira.

Já a UTI do Hospital Estadual, com 60 leitos, ficou 59 dias funcionando com 100% da capacidade ou acima disso. No sábado (24), o índice chegou a recuar para 98%, porém, desde domingo, voltou ao patamar acima de 100% novamente, o que gera risco de pacientes graves não terem a oportunidade de acessar estas unidades e receber uma assistência médica mais completa. Como medida de comparação, nesta quarta, a média de ocupação do Estado era de 79,8%.

Além disso, apesar de todo empenho das equipes de saúde, o processo de vacinação ainda ocorre em ritmo lento devido à insuficiência de doses para imunizar a população de um país com proporções continentais. Em Bauru, até esta quarta, 108,3 mil doses tinham sido aplicadas, sendo que somente 39,7 mil moradores receberam as duas doses. Significa que, em três meses de campanha, apenas 10% da população pôde receber a proteção máxima garantida pelas vacinas.