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01/07/2021

Bauru tem recorde de frio e moradores de barracos se esquentam como podem

Os termômetros do Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet) marcaram 3,1 graus às 7h20 desta quarta-feira (30). Trata-se não só da menor temperatura do ano, como também da mais baixa desde julho de 2019, quando a mesma marca foi atingida. Nos dados históricos da estação automática do IPMet, iniciados em 2001, não consta registro inferior a este.

Em algumas áreas baixas de Bauru, inclusive, chegou a gear, segundo o coordenador da Defesa Civil, Marcelo Rial. "Pode ser que nesta madrugada [de hoje, quinta-feira] tenhamos geadas mais fortes em Bauru", alerta.

Apesar de anunciada, a friaca pegou muita gente de surpresa, especialmente quem está em situação de vulnerabilidade social.

É o caso da família Bastos Marcondes, por exemplo, que mora em uma área de mata ocupada nas imediações da avenida José Vitório Dota, que transpõe o Córrego Barreirinho e interliga o Jardim Flórida ao Núcleo Habitacional Nobuji Nagasawa (Bauru 2000), e se virou como pôde.

Sem TV, celular ou outro meio de comunicação, a catadora de recicláveis Érica Cristina Bastos, de 41 anos, que mora há 4 anos em um barraco por lá, conta que não esperava com o frio intenso da noite de terça (29) e madrugada de quarta (30). Com apenas um cobertor no barraco para se esquentar, ela vestiu várias peças de roupa, cobriu o local com lonas e tapou os buracos com pedaços de tecido para tentar afugentar o vento e a friagem.

"O frio dói, é complicado, mas a gente se vira como dá. Até porque a fome sempre doeu também", comenta a moradora, que aproveitava a fogueira da noite anterior, que ajudou a espantar o frio, para cozinhar a única refeição desta quarta (30) para ela, o irmão, a cunhada e uma vizinha: arroz e feijão.

"Estamos todos desempregados e nos ajudamos. A reciclagem ajuda eu e meu irmão a ganharmos uns trocos, mas nada que dê para pagar um aluguel ou ter uma vida melhor", explica Érica, contando que tem vivido com os R$ 150 de auxílio emergencial.

O pedaço de terra ocupado por eles ganhou apelido de "chacrinha" e já possui até uma pequena horta com mandioca, mas que não é suficiente para a subsistência de todos. "Precisamos muito de cestas básicas, um fogão e gás, também de roupas de frio, cobertores e, se possível, materiais de construção para melhorarmos os barracos", pede Érica. O telefone para ajuda é (14) 98813-0581 (Glaucia).

FRIACA

Segundo o meteorologista José Carlos Figueiredo, a onda de frio que castigou especialmente famílias como a de Érica é resultada da passagem de uma massa de ar oriunda do Centro-Sul argentino. "A massa está entre o Paraguai, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, mas reflete no Interior de São Paulo", complementa.

Segundo Figueiredo, ela deve se dissipar aos poucos e causar a elevação gradativa das temperaturas. Para esta quinta-feira (1), a mínima prevista é de 6 graus e a máxima de 18.

Já na sexta (2), as temperaturas deverão girar em torno de 10 e 25 graus. No sábado (3), elas ficarão entre 11 e 26 graus. No domingo (4), a previsão é de que variem de 13 a 26 graus.

Não há previsão de chuva, pelo menos, até domingo (4).

Pessoas em situação de rua recebem abrigo temporário

A Prefeitura, por meio da Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes), intensificou o trabalho de abordagem a pessoas em situação de rua devido à queda da temperatura.

O serviço é desenvolvido pela Casa do Garoto, com financiamento do município e tem sido realizado desde a última semana, com trabalho de conscientização desta população.

Na noite desta terça-feira (29), a equipe noturna abordou nove pessoas, das quais cinco aceitaram ajuda e foram encaminhadas para as Casas de Passagem Albergue Noturno e Comunidade Bom Pastor. "Outras quatro pessoas receberam cobertores e disponibilizamos chá para aquecer", diz a Sebes.

Na manhã desta quarta-feira (30), o Centro de Referência Especializado para População de Rua (Centro Pop), localizado na avenida Nuno de Assis, 10-77, atendeu cerca de 30 usuários que buscaram reforço alimentar.

As Casas de Passagem têm atendido 95 pessoas em situação de rua. 

A Sebes diz que acompanha 146 pessoas em situação de rua em Bauru. 

Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 98208-0493.



Fonte: JC Net
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