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Bauru voltou a registrar mais um recorde de mortes por Covid-19 notificadas em sete dias e a semana que passou já é a quinta consecutiva com aumento do número de óbitos registrados. Conforme os boletins epidemiológicos divulgados pela prefeitura, foram divulgadas 47 vítimas fatais entre 22 a 28 de março na cidade, o que equivale a uma média móvel de 6,71 mortes diárias.
Vale destacar que, nesta terça (30), completa um ano da confirmação dos primeiros dois casos da doença no município. Passados 12 meses, o cenário é muito preocupante. Nesta segunda (29), foram notificados novos 14 óbitos em Bauru, também recorde de oficializações em 24 horas (veja mais no quadro ao lado).
Normalmente, o primeiro dia útil da semana costuma concentrar maior volume de registros por acumular as ocorrências de sábado e domingo. Porém, assim como os registros semanais, os números divulgados nas últimas segundas-feiras também reforçam a tendência de escalada da letalidade por Covid-19 neste mês: foram 10 vítimas contabilizadas no dia 8; 11 no dia 16 e 12 no dia 22.
Em relação à média móvel, antes desta última semana, o maior número de notificações em sete dias havia sido de 37 óbitos - ou 5,28 vidas perdidas contabilizadas por dia -, registro alcançado na semana anterior, de 15 a 21 de março.
Já o número de novos casos vem oscilando. Porém, nesta última semana, a média foi a maior dos últimos dois meses, de 174,7 registros diários. Patamar superior em 2021 só havia sido alcançado na semana de 18 a 24 de janeiro, quando a média móvel foi de 191,6 casos.
ISOLAMENTO
Esta foi a segunda semana em que Bauru, assim como todo o Estado, está submetido à fase emergencial do Plano São Paulo, a mais restritiva de toda a pandemia. Porém, mesmo com a maioria dos estabelecimentos comerciais proibidos de receber o público, as aglomerações continuam sendo registradas na cidade e os índices de isolamento social seguem abaixo do ideal.
Bauru ainda figura entre os 20 municípios com piores índices do Estado, dos 139 acompanhados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente de São Paulo. Na semana anterior ao aumento das restrições, a taxa de isolamento social na cidade variava de 36% a 38% de segunda a sexta, chegando a 41% no sábado e 48% no domingo.
Na semana passada, teve pequeno aumento, indo de 38% a 39% durante a semana, 42% no sábado e 50% no domingo. Já a média estadual foi de 43% a 45% de segunda a sexta, 46% no sábado e 51% no domingo. O índice considerado ideal, em qualquer dia, é de ao menos 60%.
Criado há cerca de um mês no contexto da segunda onda da pandemia de Covid-19 em Bauru, o 'mini hospital' - unidade que aglutina o Pronto-Socorro Central (PSC) e o Posto de Atendimento da Covid-19 (PAC) - estava, nesta segunda-feira (29), com 49 pacientes aguardando vagas em hospitais do Estado. Ao todo, a unidade conta com 53 leitos - ou seja, 92% deles estavam ocupados.
Do total de pacientes que recebiam atendimento no 'mini hospital', 11 estavam em estado mais grave e precisavam de vaga em UTI e 38 necessitavam de leito de enfermaria. Na unidade, eles contam com acompanhamento médico e de enfermeiros, medicamentos e exames, mas não dispõem da estrutura completa oferecida por um hospital.
Conforme levantamento feito pelo JC, do dia 27 de fevereiro a 27 de março, 41 pessoas morreram no 'mini hospital' ou em UPAs do município, aguardando acesso a leitos hospitalares. E, ainda que transferências possam ser realizadas para hospitais de todo o Estado, há 34 dias, o Hospital Estadual de Bauru - referência para atendimento de casos de Covid-19 na região - está com a UTI Covid com 100% de ocupação ou acima deste limite.
Das 14 vítimas fatais divulgadas ontem, cinco tinham entre 40 e 59 anos, sete estavam na faixa de 60 a 79 anos e duas tinham mais de 80 anos. Os óbitos ocorreram entre 25 e 29 de março.
Agora, Bauru soma 558 mortes em decorrência do novo coronavírus desde o início da pandemia, sendo 141 (25% do total) notificadas somente em março de 2021. E outro dado preocupante: outros 21 óbitos são considerados suspeitos e estão sendo investigadas.
O boletim epidemiológico trouxe mais 215 casos da doença, contabilizando 32.352 registros desde o início da pandemia.
