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Os idosos tiveram muitos serviços prejudicados no ano passado, uma vez que fazem parte do grupo de risco da Covid-19. Pensando nessa realidade, a Divisão de Saúde Auditiva (DSA) do HRAC/Centrinho da USP desenvolveu um plano de gestão em saúde auditiva no idoso com vistas à minimização dos impactos da pandemia e à continuidade do tratamento. A iniciativa deu certo e foi reconhecida no final de janeiro com o segundo lugar no Prêmio de Melhor Campanha do Envelhecimento Saudável, concedido pelo Departamento de Audição e Equilíbrio da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa).
Segundo o médico otorrinolaringologista Luiz Fernando Manzoni Lourençone, diretor clínico do HRAC/Centrinho e docente do curso de Medicina da FOB, "foi necessário o ajuste da organização do serviço por meio de novos e rígidos protocolos de atendimento visando a continuidade do tratamento auditivo, evitando, assim, o abandono do tratamento".
No período de março a setembro de 2020, o Centrinho atendeu, presencialmente, os familiares dos usuários idosos para verificação de possíveis problemas no funcionamento dos aparelhos de amplificação sonora individual (Aasi), regulagem após retorno da assistência técnica, assim como casos de urgência com necessidade de ajustes e moldagem, entre outros procedimentos. "Foi elaborado um protocolo de biossegurança, que incluiu o uso de equipamentos de proteção individual e a reformulação da agenda dos profissionais, com um tempo maior de atendimento, permitindo a limpeza das salas, cabines e equipamentos", explica a fonoaudióloga Tyuana Sassi, chefe técnica da DSA/HRAC-USP.
"Nesse mesmo período, também foi estruturado um protocolo de teleconsulta em fonoaudiologia, baseado em boas práticas clínicas e em resolução do Conselho Federal de Fonoaudiologia. O protocolo compreende a teleconsulta na modalidade síncrona com a realização de videoconferência via Google Meet, na qual é realizada sessão de orientação e aconselhamento informativo. Na modalidade assíncrona, são disponibilizados vídeos informativos sobre cuidado, uso e manuseio dos diferentes tipos de dispositivos eletrônicos, entre outras orientações", explana.
Ainda de acordo com Tyuana Sassi, ao todo, no período de março a setembro de 2020, foram realizados 571 atendimentos presenciais, incluindo familiares de usuários acima de 60 anos e pacientes até 60 anos.
A dona de casa Helena Manrique Oehler, 82 anos, de Chavantes, foi uma das pacientes beneficiadas. Segundo a filha Sandra Regina Oehler, o aparelho auditivo da mãe sofreu dano e foi enviado à assistência técnica da empresa. "Minha mãe ficou cerca de 20 dias sem o aparelho. Nesse período, ela teve muita dificuldade para nos ouvir e conversar. Sem o aparelho, ela praticamente não escutava nada. Ela assistia TV em pé e bem perto da televisão. Foi uma limitação a mais nessa situação toda de pandemia", relata.
Após o conserto, Sandra levou o Aasi da mãe à DSA/HRAC-USP juntamente com a pré-moldagem anterior e, assim, foi possível a confecção de novos moldes, além da regulagem do aparelho. "Minha mãe já se adaptou novamente e está escutando normalmente com o aparelho. Esse atendimento durante a pandemia foi muito importante para nós", pontua Sandra.
