Apenas 7,4 milímetros de chuva já conseguiram alagar o cruzamento da avenida Rodrigues Alves com a rua Antônio Alves, na região central de Bauru, na última semana. A "vilã", segundo a Secretaria Municipal de Obras, foi uma boca de lobo obstruída. Apesar de aproveitar a estiagem para fazer a limpeza desses equipamentos, a pasta alerta que a população continua descartando lixo indevidamente. Para amenizar o problema, o poder público tem feito uma força-tarefa e testa, inclusive, uma retroescavadeira de menor porte emprestada do DAE, capaz de dar agilidade ao serviço e fazer a coleta de resíduos até em dias chuvosos.
De acordo com o titular da Obras, Leandro Dias Joaquim, a pasta intensificou as ações e passou a limpar, atualmente, de quatro a cinco bocas de lobo por dia, retirando até 400 quilos de resíduos de cada uma delas, mas não dá conta de toda a demanda, que ele sequer consegue estimar, justamente, por conta do elevado descaso por parte das pessoas. "A população joga lixo em qualquer lugar e, com a chuva e o vento, os resíduos acabam dentro dos bueiros. Para você ter ideia, só de tampas, nós substituímos mais de 100 por semana e, na maioria das vezes, percebemos atos de vandalismo", argumenta.
Diante disso, o município precisa privilegiar os locais com maior incidência de obstruções, como as avenidas Nações Unidas e Rodrigues Alves. "Nós tínhamos limpado aquela boca de lobo que causou o alagamento na Rodrigues [na última quarta-feira, dia 28] havia menos de dois meses. Mas o descarte indevido de lixo não é o único problema da região, que também apresenta uma tubulação de diâmetro inferior ao ideal", comenta o secretário.
FORÇA-TAREFA
Com o intuito de evitar que o estrago seja ainda maior no que diz respeito aos alagamentos, a Obras deu início a uma força-tarefa a partir do mês de abril último, quando o período de estiagem teve início. De lá para cá, a pasta passou a limpar os atuais quatro a cinco bueiros por dia e, em épocas chuvosas, essa variação cai para dois a três.
"Nós estamos testando uma máquina emprestada do DAE que executa o serviço 'sozinha' e, portanto, conseguiríamos manter a força-tarefa até debaixo de chuva, afinal, não haveria risco à integridade física dos nossos servidores", descreve.
Se a retroescavadeira de menor porte, de fato, se mostrar como a melhor solução para agilizar a manutenção das bocas de lobo, o secretário pretende abrir uma licitação para a compra de uma máquina própria, cujo valor é estimado em R$ 300 mil, mas não estabeleceu qualquer prazo para tanto. "O braço do equipamento consegue entrar no bueiro e retirar até 95% dos resíduos, que variam entre areia, pedra, sacos plásticos, latas de refrigerante, folhas e galhos", complementa.
CARTILHA
Para conscientizar a população sobre a importância de jogar lixo no lugar correto, Leandro Dias Joaquim informa que a pasta prepara uma cartilha que deverá ser apresentada nas escolas municipais, aproveitando a retomada das aulas presenciais a partir deste segundo semestre.
O secretário também solicita que a população entre em contato com a pasta para avisá-la sobre eventuais bocas de lobo entupidas. Para tanto, basta ligar para o telefone (14) 3235-1411, que funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, ou enviar um e-mail para [email protected]