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Pelo segundo ano consecutivo, as celebrações da Semana Santa, que começa neste domingo (28), serão adaptadas por conta da pandemia do novo coronavírus. Desta vez, em Bauru, os atos serão totalmente online, sem a presença dos fiéis nas igrejas, em função da fase emergencial estabelecida pelo governo estadual, que suspendeu ritos em grupo. Assim, cada paróquia do município terá autonomia para decidir de que forma e em que horário fará as transmissões para que o público acompanhe pelas redes sociais. Os canais católicos de televisão também terão programação própria.
De acordo com o bispo diocesano de Bauru, dom Rubens Sevilha, as igrejas seguem as orientações do Vaticano e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que determinam o cumprimento das normas sanitárias estabelecidas pelas autoridades públicas.
Dessa forma, neste ano, os fiéis não poderão ir às igrejas. A própria Missa do Domingo de Ramos, que abre a Semana Santa hoje, será virtual em cada uma das paróquias.
"Os ritos presenciais de Lava Pés (na quinta-feira, quando doze pessoas, simbolizando os apóstolos, têm os pés lavados pelo padre para demonstrar humildade) e da Vigília Pascal (no sábado, quando celebra-se a ressurreição de Jesus Cristo e habitualmente há a bênção do Fogo Novo) estão suspensos, pois perdem o sentido quando não são feitos em grupo e não podemos ter aglomerações neste momento", explica o bispo.
Além disso, segundo o padre Marcos Pavan, da Igreja São Cristóvão, a Procissão do Senhor Morto e a Missa dos Santos Óleos - na qual ocorre a reunião do clero -, que sempre ocorrem na quarta-feira, estão canceladas. "Porém, a Missa da Instituição da Eucaristia (na quinta) e o momento em que o Círio Pascal é aceso (no sábado à noite) serão realizados e transmitidos pelas redes sociais. Mas pode ser que, neste ano, por conta do toque de recolher, alguns padres antecipem esta última cerimônia", pontua.
AUTONOMIA
O bispo dom Rubens ainda ressalta que as paróquias têm autonomia para decidir o horário das celebrações, que podem ser feitas ao vivo pelas redes sociais ou, em alguns casos, pelos canais católicos de televisão. "A exceção é na Sexta-feira Santa, dia 2, às 15h, que tradicionalmente é realizada a cerimônia que chamamos de Adoração da Santa Cruz, em que celebra-se a morte de Jesus Cristo. Em toda igreja, esse horário é fixo. Também é costume que os fiéis beijem a cruz neste dia, mas, desta vez, devem apenas fazer reverência à ela", alerta o bispo.
No domingo (4), as Missas da Páscoa do Senhor também serão transmitidas ao vivo.
IMPORTÂNCIA
Dom Rubens Sevilha ressalta que a Páscoa é considerada a data mais importante do calendário de celebrações da Igreja Católica. "Peço que as pessoas não se deixem levar pelo desânimo. A força de Deus é muito maior. Nós estamos em isolamento social, mas Ele não. Ele está agindo por nós", complementa.
O padre Marcos também destaca que os fiéis podem preparar o local em que acompanharão as transmissões de casa, para que se torne um ambiente de oração e introspecção. "É importante que a gente esteja em sintonia neste período tão difícil que estamos passando, de pandemia. Não teremos as missas presenciais, porém, estaremos unidos pelas redes sociais e de coração, pelas orações e celebrações que irão acontecer", finaliza.
Vale lembrar que a fase emergencial, em vigor no Estado de São Paulo desde o dia 15 último, proíbe qualquer tipo de atividade religiosa em grupo. Porém, manifestações individuais de fé ainda são permitidas de forma presencial, de acordo com as regras de cada instituição. Mesmo assim, os fiéis precisam respeitar o protocolo de distanciamento social, uso obrigatório de máscara e álcool em gel.
SERVIÇO
As transmissões ao vivo poderão ser acompanhadas pelas redes sociais, seja da Catedral do Divino Espírito Santo, da Igreja São Cristóvão ou de todas outras paróquias do município. Também existe a opção de acompanhar pelos canais católicos, na televisão.
Outra mudança prevista para este ano é a suspensão da coleta final, que marca o encerramento da Campanha da Fraternidade, realizada durante a Quaresma. "Todo ano, nós fazemos uma coleta (em dinheiro) entre os fiéis, para obras sociais, projetos pontuais e instituições. Mas, neste ano, as paróquias foram orientadas a adiar esta coleta e aguardar até atingirmos uma certa normalidade", explica o bispo diocesano de Bauru, dom Rubens Sevilha, complementando que também foi suspensa, no Brasil, a coleta destinada à manutenção dos lugares católicos sagrados, como os de Jerusalém e Israel. Esta recolha, inclusive, é tradicionalmente feita em todo o mundo na Sexta-feira Santa.
Dom Rubens Sevilha destaca ainda que a palavra 'católico' é de origem grega e significa 'universal', o que inspirou a Campanha da Fraternidade deste ano, que, conforme noticiado pelo JC, tem como tema "Fraternidade e diálogo: compromisso de amor", com o lema "Cristo é a nossa paz. Do que era dividido, fez uma unidade". "A expectativa é que a reflexão dê frutos e as pessoas levem essa questão da unidade para a vida, na prática", finaliza o bispo.
