A Comissão de Saúde da Câmara de Bauru divulgou, nesta terça-feira (15), uma carta aberta para reconhecer o colapso na Saúde pública da cidade e reivindicar ações em âmbito municipal, estadual e federal. Até o fechamento desta edição, o documento, que foi aberto à assinatura de todos os vereadores interessados, havia sido subscrito pelos membros da comissão, Eduardo Borgo, Luiz Carlos Bastazini e Edmilson Marinho, além dos parlamentares Coronel Meira, José Roberto Segalla, Júlio César, Markinho Souza, Pastor Edson Miguel e Ubiratan Sanches.
Entre as reivindicações do grupo, está a instalação de um hospital de campanha das Forças Armadas para atendimento de pessoas com sintomas de Covid-19. O ofício com o pedido seria entregue ao deputado federal Coronel Tadeu (PSL), que tem encontro marcado nesta quarta-feira (16) com o presidente Jair Bolsonaro, em Brasília. "O Coronel Meira teve contato com o Coronel Tadeu, que irá levar ofício com este pedido de ajuda", afirma Borgo, que é presidente da Comissão de Saúde da Câmara.
Segundo ele, a carta também foi entregue ao secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias, e seria encaminhada ao governo do Estado. "A prefeitura resiste em reconhecer a situação de colapso. Precisamos demonstrar ao Estado e à União a gravidade da situação que Bauru está vivendo, porque eles são os poderes capazes de nos ajudar", frisa.
CONTRATO COM A FAMESP
Ao município, os vereadores pedem que seja decretada a proibição da venda de bebidas alcoólicas e o consumo em vias públicas após as 21h, todos os dias da semana. Entre as principais solicitações, também está a criação de uma Central de Atendimento Covid-19 com funcionamento 24 horas, em local de fácil acesso ao público, enquanto o hospital das Forças Armadas não é instalado.
Já ao Estado, o grupo reivindica o restabelecimento dos valores dos contratos com a Famesp, que foram reduzidos neste ano. "Houve um corte de R$ 24 milhões, enquanto a arrecadação do Estado com tributos aumentou 8%. Não justifica manter esta redução nos contratos com a Famesp, em que pese a legislação estadual criada para cortar 12% dos repasses às fundações e santas casas", observa Borgo.
De acordo com o documento, o corte resultou na redução de dezenas de leitos nos hospitais de Base e Estadual, de três mil consultas e retornos mensais e de 70% das cirurgias eletivas. "Com este represamento, o quadro de saúde de muitos vai agravando. Não dá mais para esperar", acrescenta o vereador.