A preocupação da Prefeitura de Bauru em relação às consequências para a cidade do lockdown de sexta-feira (26) a domingo (28), decretado pelo poder público municipal de Agudos (13 quilômetros), levou a Associação Paulista de Supermercados (Apas) a desenvolver uma campanha voltada à prevenção da Covid-19 dentro e fora dos estabelecimentos ligados a este segmento em todo o Estado de São Paulo. A expectativa é de que a iniciativa tenha início entre hoje e amanhã. A entidade, inclusive, se diz contra o fechamento dos serviços considerados essenciais.
Gerente de Relações Institucionais da Apas, Rodrigo Marinheiro informa que, na última terça-feira (23), participou de uma reunião virtual com a prefeita Suéllen Rosim, o diretor regional da Apas, Fernando Silva, além de outras lideranças do setor em Bauru.
Na ocasião, a chefe do Executivo municipal se mostrou preocupada com a possibilidade de os agudenses utilizarem os supermercados locais ao longo dos três dias de lockdown do município vizinho, aumentando a circulação do novo coronavírus.
Em vista disso, a Apas resolveu dar início a uma campanha de conscientização. "Embora nós já tenhamos adotado diversas medidas de biossegurança desde o início da pandemia, combinamos de intensificar as ações de prevenção à doença, incluindo as orientações sobre a importância de apenas uma pessoa da família ir aos supermercados", revela.
Os estabelecimentos associados à Apas deverão colocar mais um funcionário na entrada das lojas para prestar este e outros esclarecimentos, como a necessidade de higienizar as mãos com álcool em gel, além de manter o distanciamento interpessoal de 1,5 metro.
Paralelamente, a Apas pretende dar continuidade e publicidade à campanha através dos veículos de comunicação.
'TRAGÉDIA HUMANITÁRIA'
Rodrigo Marinheiro também se posiciona sobre medidas mais rígidas, como a tomada em Agudos e também em outros municípios da região. "O lockdown pode transformar a cidade em palco de uma devastadora tragédia humanitária".
Para ele, existe muita gente que faz "bico" e ganha por dia, tornando inviável a possibilidade de estocar alimentos, bem como produtos de higiene pessoal e limpeza, considerados de primeira necessidade.
Ainda de acordo com o gerente da Apas, o lockdown pode aumentar, portanto, a vulnerabilidade da população carente. "Para você ter ideia, em Araraquara, o Ministério Público (MP) até chamou o prefeito para pedir que voltasse atrás em relação ao fechamento dos supermercados. Na última coletiva de imprensa, o governador João Doria também recomendou que as prefeituras mantivessem estes estabelecimentos abertos", finaliza.