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Em todos os cantos da Bauru, comenta-se: é muito grande o número de buracos. Pelo menos no que se refere aos de responsabilidade do DAE, provocados por reparos de vazamentos sem a devida reposição do asfalto ou do calçamento, os números confirmam a impressão. A autarquia reconhece o problema, em parte atribuído ao acúmulo de demandas, gerado por efeitos da pandemia de Covid-19.
No dia 8 de fevereiro, o sistema do DAE registrava o total de 3.390 pedidos em aberto para recuperação do pavimento ou do passeio público. No mesmo dia do ano passado, eram 1.359.
O aumento de 149% é sentido no dia a dia, causa transtorno aos bauruenses e impacta no tempo de espera. Cansado de aguardar solução, Carlos Zillo, morador do Jardim Estoril, decidiu reiterar o pedido de reposição de asfalto em e-mail dirigido diretamente à presidente da autarquia, Flávia Souza.
O munícipe relata que, há um mês, liga e registra solicitações para que o serviço seja feito na quadra 1 da rua Evandro Ruivo. "Vocês não fazem ideia do tamanho do transtorno que é ter um buraco deste tamanho na frente de casa. Precisa de gestão para organizar os reparos dos vazamentos e o fechamento do buraco logo na sequência", sugere Carlos.
O JC também recebeu relatos de um buraco no Parque União que espera a reposição asfáltica há cerca de três meses, na quadra 2 da rua Homem Soares Costa. É ele que ilustra o infográfico ao lado. Neste intervalo de tempo, um caminhão de terra atenuou o problema, que aguarda a solução definitiva, a despeito das reclamações.
ASFALTO AGRAVA
No início do novo governo, a gestão do DAE recebeu um número elevado de serviços pendentes. No dia 4 de janeiro, eram 2.006 reposições de calçada em aberto. Um mês depois, a quantidade caiu para 1.674 - ainda bem mais alto, porém, do que a de 947 registrada em 8 de fevereiro do ano passado.
No caso da reposição de asfalto, entretanto, houve aumento no primeiro mês de governo: de 1.243 em janeiro para 1.719 ocorrências em aberto na última semana.
Os trabalhos operacionais do DAE são organizados em 5 regionais que abrangem diferentes territórios. Até semana passada, a do Cruzeiro do Sul tinha o maior número de serviços pendentes, totalizando 1.076, considerando reposição de asfalto e de calçada. A regional do Centro concentra o menor número de casos em aberto, com 571. Na do Vista Alegre, eram 931; do Bela Vista, 742; e da Falcão, 673.
O DAE aponta uma série de fatores para justificar o aumento de serviços pendentes - a maioria se relaciona com a pandemia.
Um deles é a suspensão da mão de obra de reeducandos do sistema penitenciário. Antes da Covid, a maior parte deles colaborava justamente com as equipes de pavimentação.
Afastamentos médicos por suspeita de infecção e restrições a grupos de riscos também reduziram o quadro de servidores nas ruas.
Além disso, até o fim do ano passado, como medida de prevenção à Covid, as jornadas de trabalho foram reduzidas de 8 para 6 horas diárias.
Na virada para 2021, o DAE enfrentou ainda dificuldades na aquisição de cimento. A assessoria de imprensa assegura, porém, que essas pendências já foram sanadas.
EXECUTADOS
A autarquia informa também que, desde o início do ano, 806 reposições de asfalto já foram executadas.
Além disso, o DAE tem promovido mutirões aos sábados para reduzir as demandas reprimidas. O próximo deve, novamente, focar o serviço de tapa-buracos.
