A Prefeitura de Marília acumula uma dívida de R$ 822.586,10 com o Instituto de Apoio à Pessoa com Deficiência e à Inclusão Social (IAPE), responsável pela contratação de cuidadoras escolares da rede municipal. O atraso atinge diretamente dezenas de profissionais que permanecem sem salários e sem receber suas rescisões, enfrentando constrangimentos e dificuldades para honrar compromissos básicos.
O instituto formalizou a cobrança em ofício enviado ao prefeito Vinícius Camarinha e à secretária de Educação, Rosemeire Modesto, destacando que depende do repasse para quitar direitos trabalhistas. “As funcionárias estão sendo submetidas a humilhações, sem condições de pagar contas e sustentar suas famílias, porque a Prefeitura não paga a empresa, e a empresa não consegue pagar as trabalhadoras”, relata a nota.
O que mais revolta a população é o contraste: enquanto cuidadoras sofrem com atrasos salariais, a gestão já gastou R$ 3,2 milhões em publicidade e propaganda apenas nos nove primeiros meses de 2025. Um gasto milionário que contrasta com a falta de recursos destinados ao cuidado com crianças com deficiência e às profissionais que atuam diariamente nas escolas.
Nas redes sociais, moradores classificaram a situação como “vergonhosa” e criticaram a prioridade da administração municipal. “Até quando Marília vai ser a cidade que gasta com propaganda enquanto abandona quem mais precisa?”, questionou um eleitor indignado.
O IAPE lembra ainda que a dívida atual não inclui valores em aberto herdados de 2024, reforçando que continuará cobrando judicialmente a Prefeitura, inclusive por responsabilidade solidária.
Enquanto isso, o drama das cuidadoras expõe o descompasso da gestão: dinheiro para propaganda não falta, mas o básico para os trabalhadores que cuidam dos alunos, sim.
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