Uma história que chega para aquecer, com esperança, os corações aflitos de dezenas de famílias que acompanham as vítimas da Covid internadas em Bauru. Marco Antônio Mello Carneiro, 40 anos, foi extubado e deixou a UTI após 36 dias internado em tratamento da doença. Debilitado, com a voz quase ausente, sem conseguir ficar em pé sozinho, ele recebeu alta do Hospital Estadual (HE) com energia suficiente para comemorar a vida e abraçar a família, que o recepcionou do lado de fora com cartazes e presentes de boas-vindas.
O desespero deu lugar à alegria e o bauruense tinha dois pedidos quando deixou o HE: abraçar o filho Felipe, de 12 anos, cuja saudade o fortaleceu a continuar lutando, e, depois, após tanta alimentação intravenosa, ele não via a hora de saborear um calórico e suculento lanche.
A LUTA
O fiscal de montagem, morador da Vila Dutra, passou por apuros. Não queria ser intubado, com medo de morrer, mas acreditou nos médicos e foi bem atendido no HE, revelou a esposa Daniela Cardoso Carneiro.
"O Marco Antônio começou com fadiga, manchas vermelhas e achamos que era dengue. Depois, veio uma febre de 37,1 graus. Ficamos com medo de não ser Covid e ele pegar na UPA, mas um teste particular positivou", revela a esposa.
A mulher acrescenta que assim que receberam o resultado, ele se sentiu mal, com falta de ar e foram atendidos na UPA Ipiranga. No mesmo dia, 10 de março, foi transferido para o Posto de Atendimento da Covid (PAC). O raio-x mostrou o pulmão comprometido. Durante a noite, foi levado para o Hospital das Clínicas (HC), ficou dois dias por lá, onde foi intubado e depois conseguiu vaga no HE. A saga, segundo ela, foi de 36 dias, sendo 26 deles na UTI do HE, com 15 dias de intubação.
Vinte quilos mais magro, agora, o objetivo imediato dele é reaprender a andar, já que as sequelas foram severas. "Não via a hora de ver a minha família. Saudade demais do meu filho. Voltar a sentir o abraço e o cheiro do meu moleque, mais uma vez, me deu força. Agora, quero e vou reconquistar a minha vida de volta", garante.