Desvalorização é mais sentida na compra de comida

Encher o tanque de combustível do carro, fazer uma progressiva no cabelo ou custear a carne e a cerveja do churrasco. Esses são alguns exemplos que moradores de Bauru deram quando questionados sobre o que conseguiam pagar, antigamente, com uma nota de R$ 100,00, que hoje já não é mais possível. Porém, o que foi unânime entre os entrevistados foi a notória dificuldade em fazer uma 'boa' compra de mercado com esse valor.

O pedreiro Ronaldo Poncio Pereira Batista, de 42 anos, relata que, com essa quantia, sai do mercado com somente uma sacola de produtos.

"Antes, conseguia pagar um churrasco completo. Agora, tenho até que fazer com menor frequência, a cada 15 dias ou uma vez por mês", detalha.

Ele conta ainda que nota bastante diferença na hora de abastecer o veículo.

"Tinha um carro que enchia o tanque com uns R$ 70,00 antigamente. Hoje, nem com R$ 100,00 dá para fazer isso. Então, agora preciso trabalhar mais para conseguir honrar meus compromissos", complementa o pedreiro.

Já para o aposentado Alexandrino Gomes da Silva, de 71 anos, a solução para contornar o menor poder de compra foi começar uma horta caseira, onde cultiva mandioca, milho e feijão, e consegue economizar um pouco ao evitar adquirir esses itens no mercado.

"Com R$ 100,00, dá para comprar só doce para a criançada, porque outras coisas não dá mais. E depende do doce ainda", pondera, com bom humor.