O Dia dos Pais, celebrado no Brasil no segundo domingo de agosto, é hoje uma das datas mais importantes para o comércio nacional , atrás apenas do Natal, Dia das Mães e Black Friday. Mas sua origem é mais recente do que muitos imaginam, e seu significado vai muito além da troca de presentes.
O conceito de dedicar um dia para celebrar a paternidade nasceu nos Estados Unidos no início do século XX. A primeira homenagem oficial ocorreu em 1910, no estado de Washington, idealizada por Sonora Smart Dodd, que desejava reconhecer o papel de seu pai, um veterano de guerra que criou seis filhos sozinho. Em 1972, o então presidente Richard Nixon oficializou a data nacionalmente.
No Brasil, a comemoração começou em 1953, iniciativa do publicitário Sylvio Bhering, então diretor do jornal O Globo. O objetivo era tanto homenagear os pais quanto criar um novo marco para estimular o comércio no segundo semestre do ano. Desde então, a data se consolidou como um momento de forte apelo emocional e também estratégico para varejistas.
Dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC) indicam que o Dia dos Pais movimenta, em média, R$ 6,5 bilhões no varejo brasileiro, com crescimento médio anual próximo de 5% nos últimos cinco anos.
Entre os setores que mais faturam nesse período estão:
Moda e acessórios – 36% das compras
Perfumes e cosméticos – 21%
Eletrônicos e eletroportáteis – 18%
Artigos esportivos e de lazer – 12%
Serviços e experiências (restaurantes, viagens) – 9%
Além do varejo físico, o e-commerce brasileiro registra altas expressivas na semana que antecede a data. Em 2024, segundo a Neotrust, o comércio eletrônico movimentou R$ 1,4 bilhão no período, crescimento de 8% em relação ao ano anterior.
Especialistas em comportamento de consumo destacam que o Dia dos Pais une dois elementos poderosos: reconhecimento afetivo e consumo simbólico. Pesquisas apontam que mais de 70% das pessoas buscam presentes que expressem cuidado e personalização, o que estimula compras de maior valor agregado e serviços customizados.
Segundo a consultoria NielsenIQ, 4 em cada 10 consumidores afirmam que, nesta data, estão dispostos a gastar mais do que em compras comuns, desde que o presente tenha valor emocional.
Além do aspecto econômico, o Dia dos Pais mantém relevância simbólica. Ele reforça a valorização do papel paterno em diferentes formatos familiares e, nos últimos anos, tem se tornado também um momento de reflexão sobre paternidade ativa , aquela que envolve presença, afeto e corresponsabilidade no cuidado com os filhos.
Para empresas, a data se tornou oportunidade para campanhas que vão além do consumo, destacando histórias reais e fortalecendo marcas por meio da conexão emocional com o público.
O comportamento de compra para o Dia dos Pais deve continuar evoluindo em três frentes principais:
Personalização – Presentes exclusivos e experiências únicas tendem a ganhar espaço.
Digitalização – Crescimento do e-commerce e de marketplaces especializados.
Sustentabilidade – Busca por produtos com impacto socioambiental positivo, especialmente entre consumidores mais jovens.
Seja como momento de reconhecimento familiar ou como data estratégica para o varejo, o Dia dos Pais segue firme no calendário brasileiro, equilibrando emoção e economia , e gerando valor para consumidores, empresas e a sociedade como um todo.