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04/04/2021

Dispara busca por suporte de oxigênio

Em março deste ano, em meio ao cenário de aumento no número de casos de coronavírus e a falta de leitos hospitalares em Bauru, disparou a procura por suportes respiratórios domiciliares, como concentradores de oxigênio, em estabelecimentos do ramo. Empresários que alugam esses equipamentos hospitalares, chamados de 'home care', relatam que os aparelhos têm sido prescritos por médicos para o tratamento pós-Covid de pacientes que já passaram o período de infecção da doença, mas ainda não recuperaram totalmente a capacidade pulmonar. Com isso, o estoque de máquinas não tem sido suficiente para atender a demanda.

De acordo com Rodrigo Abrahão, de 43 anos, que trabalha com a locação de aparelhos home care há vinte anos, 90% das pessoas que ligaram na empresa dele em busca de suporte respiratório nas últimas três semanas eram pacientes em tratamento pós-Covid. "Há três meses, recebia cerca de duas solicitações de aluguel por dia. Mas, nas últimas três semanas, tenho recebido mais de seis. No último final de semana, recebi 18 solicitações", observa. O aluguel mensal do equipamento custa, em média, R$ 300,00, e acompanha um cilindro de oxigênio para emergências.

Quem também sentiu essa explosão na procura foi o empresário Wilson Rogério Pereira de Oliveira, de 50 anos, que comercializa aparelhos de suporte respiratório há 14 anos. Ele afirma que, em março, o número de solicitações diárias por concentradores de oxigênio subiu de duas para oito. "A maior demanda fez aumentar o tempo de espera dos clientes. Antes, conseguia atender os pedidos de imediato. Mas, agora, não consigo mais dar um prazo certo para os clientes. E, às vezes, o quadro dos pacientes não permite que eles fiquem muito tempo esperando", avalia.

Os profissionais explicam que o concentrador de oxigênio, o mais procurado, é capaz de retirar o nitrogênio do ar e enviar apenas oxigênio para o paciente, que usa uma máscara respiratória (veja mais no quadro), e é indicado para pessoas com a capacidade pulmonar comprometida. Por isso, ele só pode ser alugado com prescrição médica, que indica a quantidade de litros por minuto de oxigênio que cada um pode consumir.

SEM ESTOQUE

Com o aumento de casos de Covid-19 no município, também cresceu a quantidade de pessoas que, mesmo com o fim do período de infecção, precisam de suporte respiratório. "Só que o retorno dos equipamentos alugados depende da cura do paciente, e um tratamento pós-Covid pode durar de 15 dias a quatro meses. E nós não conseguimos atender a demanda. Então, para não criar expectativa nas famílias, optamos por não fazer lista de espera. Tivemos que começar a dizer que não temos estimativa para fornecer o equipamento", lamenta Rodrigo Abrahão.

O empresário também pondera que não é possível aumentar o estoque com a compra de equipamentos, considerando que a estimativa dos fornecedores para a entrega de novos concentradores de oxigênio é para julho deste ano. "É um cenário assustador. Nunca imaginei que isso aconteceria", opina.

Cilindros também são procurados por pacientes com novo coronavírus

Aceituno Jr.

A dificuldade com leitos de internação em hospitais de Bauru fez com que a procura pelo suporte respiratório não fosse apenas de pessoas em tratamento pós-Covid, conforme o JC apurou. Uma bauruense, que pediu para não ser identificada, conta que procurou, durante dois dias, na cidade e na região, por um cilindro de oxigênio para ajudar um amigo, que testou positivo para Covid-19 e estava com falta de ar.

O cilindro de oxigênio também pode ser usado como suporte respiratório, porém por período mais breve porque sua carga é limitada e pode durar poucos dias.

"Ele procurou atendimento médico duas vezes relatando dificuldade para respirar. Porém, como não tinha vaga de internação, ele acabou sendo liberado. E, como a saturação estava baixa, decidimos procurar um cilindro de oxigênio para ele usar enquanto não fosse internado. Não encontrei em Bauru e cheguei até a ligar em uma empresa de Marília, sem sucesso. Acabei conseguindo um concentrador de oxigênio, no domingo à noite, que, por sorte, tinha acabado de ser devolvido para uma empresa", relembra.

De acordo com o empresário Rodrigo Abrahão, os cilindros de oxigênio podem ser usados como suporte respiratório de pacientes por alguns dias, porém, também estão em falta no mercado. "Existe uma alta procura dos cilindros para armazenar o oxigênio, principalmente de hospitais.

Então, não há falta de oxigênio, somente do vasilhame. E a previsão dos fornecedores para entrega de novos itens varia entre 60 e 90 dias", explica.



Fonte: JC Net
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