Dois são presos por manterem 24 trabalhadores em situação análoga ao trabalho escravo em Campos Novos Paulista
Ação também encontrou cinco menores de idade trabalhando na lavoura de colheita de melancia
Dois homens foram presos em flagrante por manter 24 trabalhadores em situação de escravidão numa ação realizada pelo Ministério Público do Trabalho em um sítio em Campos Novos Paulista (cerca de 60 quilômetros de Marília).
As ações de fiscalização ocorreram entre quarta (10) e quinta-feira (11) na colheita de melancia. A operação constatou que os trabalhadores não recebiam equipamentos de proteção, galões de água ou marmitas térmicas. O sítio também não possuía instalações sanitárias, mesas, cadeiras ou proteção contra intempéries.
Os representantes do Ministério Público do Trabalho ainda surpreenderam na propriedade rural cinco menores de idade trabalhando na lavoura, que admitiram faltar na escola e que recebiam R$ 70 por dia. A fiscalização também identificou que os trabalhadores eram transportados em veículos improvisados.
“A precariedade no meio ambiente de trabalho, o labor sem qualquer proteção e a completa informalidade configuram o crime de redução de trabalhadores à condição análoga à escravidão. A pena dos responsáveis pode ser agravada em decorrência do crime ter sido cometido contra crianças e adolescentes”, afirma o procurador Marcus Vinícius Gonçalves.
O proprietário do sítio e o responsável por arregimentar a mão de obra na colheita foram presos em flagrante, e permanecem detidos na Delegacia de Polícia Federal (PF) de Marília.
A operação também inspecionou outras duas propriedades rurais dedicadas à plantação de mandioca. A ação encontrou três trabalhadores sem registro em carteira, além de problemas envolvendo questões de saúde e segurança do trabalho.