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05/02/2021

Em 7 anos, Bauru tem 19,7 mil raios

Desde 2014, o solo bauruense foi atingido por 19.787 raios. Somente no ano passado, foram 2.032 ocorrências. Apesar de parecer muito, trata-se, na verdade, do menor registro na cidade dos últimos sete anos (veja no quadro ao lado). Os dados são do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe). No período analisado, 2017 foi o que teve a maior incidência: 3.810 raios.

De acordo com o coordenador do órgão, Osmar Pinto Júnior, uma variação nos números no decorrer dos anos é comum. "Depende da quantidade de tempestades que atingem a cidade. Então, mesmo que tenha muita chuva, se não tiverem tempestades, a quantidade de raios será baixa. Por isso, não dá para afirmar que está relacionado ao período de estiagem", explica.

Exemplo disso é que, no ano passado, segundo o Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet), choveu 1.389,4 milímetros em Bauru. Já em 2019, a chuva acumulada foi de 1.276,9 milímetros. Apesar disso, naquele ano, a cidade foi atingida por 2.135 raios, 103 a mais que em 2020.

"É preciso muito cuidado para analisar. Além disso, a área de somente um município é muito pequena para determinar o que pode ter causado mais ou menos quedas de raios. Mesmo assim, o número de raios que caíram em Bauru é bastante razoável, perdendo apenas para grandes localidades, como a região de Campinas e da Capital do Estado", complementa o coordenador.

LA NIÑA

Por outro lado, se, no ano passado, o período chuvoso não foi influenciado por eventos climáticos, em 2021, o La Niña, que está mexendo com o clima mundial desde o meio do ano passado, seguirá com o mesmo efeito até, pelo menos, março.

O La Niña é um fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.

No Brasil, o fenômeno acaba impactando mais na precipitação da região Norte, onde aumentam as tempestades e a incidência de raios. No Sul do País, o efeito é inverso, diminuindo as tempestades. "Mas, como o Sudeste fica em uma faixa de transição, cada vez que tivemos os fenômenos, influenciou de uma forma diferente, sem um padrão definido para prevermos o que vai acontecer", complementa o coordenador Osmar Pinto Júnior.

ALERTA

Ainda segundo o Elat/Inpe, um raio, que dura entre 0,1 e 0,2 segundos, descarrega cerca de 100 milhões de volts e sua corrente elétrica varia de 20 a 30 mil amperes. Para se ter uma ideia, esse número é 1.000 vezes a corrente elétrica de um chuveiro elétrico.

Por isso, como estamos em um período chuvoso, acendem-se os alertas em relação aos cuidados que devem ser tomados quando enfrentamos uma tempestade. "Sempre procure abrigo, de preferência, dentro de um veículo. Por conta dos pneus de borracha, a proteção é praticamente total caso caia um raio em um local próximo. Já dentro de uma residência, por exemplo, a segurança não é totalmente garantida, por conta dos muitos aparelhos eletrônicos ligados na rede elétrica e de telefone. Porém, ainda é melhor que estar ao ar livre", avalia Osmar Junior.

O coordenador reforça seu argumento dizendo que, no Brasil, 80% das pessoas que morreram após serem atingidas por raios estavam ao ar livre quando sofreram o impacto. Já os 20% restantes, estavam dentro de residências. "Só que, como quase sempre as pessoas não são atingidas diretamente, três em cada quatro pessoas feridas sobrevivem", pondera.



Fonte: JC Net
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