A fotógrafa Isabela Ribeiro, de 28 anos, filha do jornalista, empresário, publicitário, músico, ícone ourinhense, autor do hino do município, Fernando Henrique Mella Ribeiro, o grande amigo “Fernando Cavezale”, como era conhecido, que nos deixou no dia 5 de junho de deste ano, em decorrência da Covid-19, publicou uma linda homenagem ao pai, em memória a todos aqueles que também acabaram perdendo o seu pai nesta pandemia.
Isabela nasceu em Ourinhos, mas mora em Foz do Iguaçu (PR), ao site G1, ela contou que tinha visto o pai pela última vez no final do ano passado, no dia do seu casamento, e pensou em desistir de fazer ensaios para data.
“Fazia sete meses que eu não via meu pai quando ele morreu, então eu já estava com muitas saudades dele e eu achei que se fizesse esses ensaios, tirasse fotos de momentos assim de pais que estão vivos e de filhos que estão tendo essa oportunidade, é até triste e feio dizer isso, mas eu estava com medo de sofrer muito”, desabafa.
“Ele era uma pessoa muito jovem, de espírito jovem, com saúde e pegou uma doença que todos os filhos praticamente já tinham pego, o irmão dele, que é mais velho que ele, pegou e está aí ‘inteirão’ e ele pegou e morreu em uma semana. Eu tive um amigo que teve três paradas cardíacas e sobreviveu, meu pai teve uma e não resistiu.”
Fernando deixou seis filhos (Vítor, Isabela, Ananda, Guilherme, Clareana e Theo) e um neto. Ele era casado com Elaine Geraldo.
Confira a publicação de Isabela feita no Instagram:
"Eu sou apegada a datas. Elas não passam batidas pra mim. Hoje é comemorado o Dia dos Pais. Por mais que eu deseje pular essa data, não posso. Tenho que enfrentar a dura realidade de que, neste ano, e nos próximos, eu não poderei fazer nada para surpreender meu pai, enquanto o comércio me tortura com suas propagandas. Ele se foi. O meu pai, o pai de alguns amigos, o pai de muitos conhecidos, o pai de milhares de desconhecidos. O vírus da COVID-19 enfraqueceu seus corpos e eles se foram.
Meu pai se foi no dia 5 de junho de 2021, por volta das 22h. Algumas horas depois, meu marido acordou assustado do meu lado. Ele sonhou que meu pai havia partido. O interessante foi o que o meu pai disse no sonho, antes de partir: “filha, eu estou bem. Eu venci o vírus. Eu estou livre”. Não tem um dia que eu não fique me perguntando se, de fato, este foi um recado do meu pai pra mim, ou só uma coincidência. Mas, quer saber? Coincidência ou não, isso é verdade. O vírus não o matou. Ele venceu o vírus.
Todos os dias vejo pessoas enlutadas nas redes sociais, mas também vejo pessoas celebrando a recuperação dos seus entes queridos. Confesso que isso já gerou muita inveja no meu coração e muitos porquês. Ler frases como: “Deus ouviu nossas orações”, “Deus nos abençoou”, “Deus nos livrou”, “Isso foi resposta do nosso jejum e oração”, tudo isso me fez, e às vezes ainda me faz, questionar por que Deus não atendeu ao meu pedido e não permitiu que o meu pai continuasse aqui conosco. Será que Deus não me ama? Será que Deus quer me castigar? Deus me traiu? A Palavra mente quando diz que a fé move montanhas e que a oração tem poder? Todas essas perguntas me inquietam.
Eu não tive as respostas que eu queria. Contudo, uma outra pergunta feita por uma amiga tem me sustentado. Será que quem partiu foi menos abençoado do que quem ficou? Se pudéssemos perguntar ao meu pai e aos pais dos meus amigos se eles foram menos abençoados, o que diriam?Sem dúvidas, para aqueles que partiram com Cristo, eles foram os mais abençoados de todos. Nós ficamos com os cacos, com a dor, com o buraco na alma, com a ausência. E, paciência: “No mundo tereis aflições. Mas, tende bom ânimo. Eu venci o mundo!” - disse Jesus. “Eu venci o vírus” - disse o meu pai. Ele e os milhares que partiram com Cristo, venceram. Estão vivos aonde não podemos ver. Mas estão, de fato, vivos e muito melhor do que nós. Isso não é um clichê. É verdade. Não estão vivos apenas no nosso coração, nas memórias e nas fotos. Estão vivos com Cristo, o mesmo Cristo que morreu e ressuscitou e que em breve voltará para nos buscar.
Viver é Cristo e morrer é lucro. Por isso, a você que perdeu o seu pai, através do COVID ou de qualquer outra coisa, eu não desejo um feliz dia dos pais. Porque não vai ser feliz. Vai ser triste pra caramba. Mas eu desejo paz. A paz que excede todo entendimento. Porque, para aqueles que estão em Cristo, a morte não existe mais.
Quanto mais o tempo passa, mais longe estamos da morte, e mais perto estamos da vida.
Louvado seja o nosso Deus, e Pai. Por causa Dele, e do seu amor, nosso adeus é só temporário. Em breve abraçaremos nossos pais de novo. Até lá, ainda que haja dor, tenhamos paz. Cristo vive e nossos pais também.
“Marcharemos cheios de coragem, marcharemos seja onde for. Embora a dor nos cerque na viagem, marcharemos na coragem do Senhor”.
Paz a todos os que perderam seus pais".
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Fonte: Passando A RéguaCompartilhe!Deixe seu comentário
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