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Com dezenas de cooperados e sob um tom de protesto, a Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Bauru (Ascam) entregou à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), na tarde desta segunda-feira (7), documentação visando comprovar a regularidade do acréscimo de R$ 1 milhão no contrato para gerenciamento dos Ecopontos da cidade.
Foram protocoladas 6.258 páginas de cópias de documentos, incluindo balancetes, para demonstrar as despesas com a prestação do serviço, que ocorre por meio de convênio com a prefeitura. O valor do contrato, que era de R$ 1,357 milhão anual quando a parceria começou, em 2019, passou para R$ 2,388 milhões em acordo feito no final de 2020, ainda na gestão anterior.
A majoração resultou em questionamentos por parte de vereadores e a prefeitura, depois de notar "inconsistências no convênio", resolveu notificar a Ascam, que tinha prazo até esta segunda para apresentar sua defesa. Se os argumentos não forem acolhidos pelo Executivo, o contrato, que tem vigência até outubro, poderá ser rompido antecipadamente.
Por meio de nota, a prefeitura informou que não há prazo definido para a decisão.
Presidente da Ascam, Gisele Moretti reclama sobre "a forma desrespeitosa" como a prefeitura tratou a entidade, optando por notificá-la antes mesmo de um pedido de esclarecimentos. Ela cita, ainda, que toda a documentação que comprova as despesas está disponível no site da instituição. "São dados públicos. Prestamos contas todos os meses e a Secretaria de Finanças não iria pagar os novos valores se houvesse alguma irregularidade. Fizemos toda a reestruturação dos Ecopontos, instalamos alambrados, energia elétrica e contratamos pessoal para vigiar as unidades 24 horas por dia. Antes, estava tudo abandonado".
Segundo Gisele, além de custear despesas com manutenção e melhorias, o recurso repassado pelo município paga o salário de cerca de 100 funcionários empregados nos Ecopontos. Ela sustenta ainda que, em pouco mais de um ano, a associação triplicou o volume de materiais recebidos, inclusive por meio da coleta realizada diretamente nas casas dos bauruenses.
