Depois de encaminharem pedido à prefeita Suéllen Rosim na semana passada, entidades empresariais de Bauru e região também enviaram, agora, ofício ao presidente Jair Bolsonaro para solicitar a instalação, com urgência, de um hospital de campanha do Exército Brasileiro na cidade. No documento, os empresários alegam que a reivindicação é por "ajuda humanitária", tendo em vista que Bauru e os demais 67 municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde (DRS-6) "padecem de falta de leitos, principalmente de UTIs, para atender os contaminados pela Covid-19 e os acometidos por outras enfermidades graves".
Assinam o pedido o SinComércio, Sindicato Rural de Bauru, Sindcon, Acib, CDL, Bauru Shopping, donos de academias, bares e restaurantes de Bauru, regional Bauru da Apas, regional Bauru do Ciesp, Assenag e Assoma, além do Sincomerciários, que representa os empregados do comércio. Na região, também chancelam o pedido o Sindicato do Comércio Varejista de Lins, Sindicato do Comércio Varejista de Jaú e Região, Sinhores de Botucatu, ACI de Jaú, Associação Comercial e Industrial de Lins e Câmara de Dirigentes Lojistas de Jaú.
"Pedimos à prefeita e ao ministro Marcos Pontes para que intercedessem em Brasília e, agora, expedimos ofício diretamente à Presidência da República. Também estamos pedindo apoio a todos os prefeitos da região a este nosso manifesto", descreve Walace Sampaio, presidente do Sincomércio de Bauru.
Ele sugere que o hospital de campanha seja instalado no Recinto Mello Moraes e ressalta que o pavilhão do sindicato, existente no local, está à disposição para uso. "O Exército tem condições de montar um hospital de campanha em 24 horas, com centro cirúrgico, leitos de UTI, de enfermaria e todos os equipamentos necessários. Eles já dispõem de todos os recursos que são utilizados nas guerras e estão prontos para isso", frisa.
DESESPERO
Ainda de acordo com Sampaio, o objetivo primordial do pedido é garantir a rápida ampliação de leitos e salvar vidas em Bauru, considerando que, no contexto da pandemia, na última sexta-feira (5), 70 pessoas aguardavam em unidades de pronto atendimento do município por vagas de internação hospitalar nas mais diversas especialidades, incluindo casos de Covid-19. A situação crítica foi divulgada pelo Jornal da Cidade na última terça-feira (9).
"Além disso, com a abertura de novos leitos, Bauru pode ser reclassificada para uma fase menos restritiva do que a vermelha e o comércio, voltar a abrir. Hoje, o setor sobrevive precariamente. Além de estarmos impedidos de trabalhar, o poder de compra do consumidor está extremamente corroído. Estamos em um momento de desespero e precisamos sair desse buraco", observa.
Na reivindicação encaminhada ao Palácio do Planalto, o sindicato destaca que o comércio de Bauru permanece fechado e completará 139 dias sem atendimento ao público desde o início da pandemia até o dia 16 de março, quando haverá uma nova reclassificação do governo do Estado. Pontua, ainda, que esta restrição não foi suficiente para impedir 451 mortes pelo novo coronavírus na cidade e o índice de ocupação de leitos de UTI no Hospital Estadual sendo mantido acima de 100% há dias.
"A situação se repete nos outros 67 municípios do DRS-6. Reconhecemos que existem limitações, mas, para impedir que essa triste situação perdure, pedimos, com urgência, que nossa solicitação seja atendida", finaliza.