Escola no Jaraguá incentiva alunos e cria horta para suplementar merenda

Proporcionar oportunidade para jovens colocarem as mãos na terra, algo que deixou de ser habitual devido às tecnologias, praticar agricultura e colher alimentos orgânicos para suplementar a merenda escolar e ainda destinar para pais e mães de estudantes. Esse é o projeto que está sendo colocado em prática por diretoria, professores e alunos, coordenado pelo grêmio estudantil da Escola Estadual Maria Eunice Borges de Miranda Reis, situada no Parque Jaraguá.

Encabeçam esse trabalho multidisciplinar o diretor Alexandre Freitas e o vice-diretor Roberto Fantato. Segundo a direção do colégio, a ideia de desenvolver esta ação é antiga. E no ano passado, quando a escola passou a integrar o programa de ensino integral, foram criados "clubes" e entre eles os de games, literatura, teatro e horta. Por conta da pandemia, não foi possível tirar o projeto do papel em 2020, sendo adiado para o início do semestre deste ano. Hoje, o local conta com sete canteiros e a expectativa é ampliar, preenchendo toda a parte lateral interna do colégio.

"Delimitamos os canteiros na lateral da escola, utilizamos blocos de construção de uma reforma recente que tivemos, conseguimos as primeiras doações de terra vegetal, o 4.º Batalhão da PM nos doou esterco das câmaras de forração dos cavalos do quartel e os alunos já estão adubando a horta. Estamos quase na fase do primeiro plantio", comenta o diretor Alexandre Freitas. Ele pede para que a comunidade possa contribuir com os estudantes ofertando ao projeto ferramentas e materiais para cultivo do solo, já que haverá manutenção frequente deste espaço.

Duas alunas que integram o grêmio estudantil, Gabriela Cristini, 13 anos, do 8.º ano B, e Bianca Amaral, 12 anos, do 7.º ano B, estavam acompanhando nesta segunda-feira (28) o desenvolvimento da horta e as etapas que antecedem o primeiro plantio.

A escola ainda desenvolve com os alunos, no laboratório de ciências, a produção do biofertilizante. O vice-diretor Roberto Fantato explica que é utilizado esterco de equino e bovino dentro de recipientes de 20 litros, ocasionando a fermentação.

Esse galão é ligado por um tubo a uma garrafa pet, onde há a transferência do gás metano, sem contaminar o meio ambiente. E dentro de 30 dias a massa vai liberar o líquido que é o adubo natural, sem adição de produto químico.

"Ele é muito concentrado e, para não agredir as plantas, cada porção de 200 mililitros é dissolvida em água que resulta em 2 litros de adubo.", acrescenta o vice-diretor. A expectativa deles é que projetos semelhantes a este também sejam desenvolvidos nas demais escolas do município.

DESTINO

Os adolescentes, como Gabriela e Amanda, vão cultivar alface, cenoura, salsinha, cebolinha, couve, rabanete, beterraba, manjericão, rúcula e diversos outros tipos de hortaliças e leguminosas. Tudo o que for colhido será destinado, prioritariamente, para a merenda dos próprios alunos. No entanto, tudo o que exceder será destinado para as famílias dos próprios alunos, para consumo em casa.

A escola segue o protocolo da Educação na pandemia, com revezamento presencial diário em até 35% dos estudantes. O período letivo do primeiro semestre vai até 15 de julho e o retorno deve ocorrer no dia 2 de agosto.