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26/05/2021

Idosa de 77 anos consegue vaga em UTI da Santa Casa de Ourinhos após ficar em condições precárias no hospital de campanha

Uma idosa de 77 anos, moradora no Jardim São Carlos em Ourinhos, conseguiu, na tarde desta quarta-feira, 26, um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Santa Casa de Ourinhos, após ficar oito dias no hospital de campanha “Covid-19”. O Passando a Régua conversou com as filhas da senhora Maria de Lurdes Moreira Esteves, que relataram um pouco do drama vivido pela mãe antes de conseguir a internação na Santa Casa.

Dona Maria de Lurdes testou positivo para o Sars-Cov-2 no dia 10 de maio, mesmo depois de receber duas doses da vacina CoronaVac. Após passar pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Ourinhos, ela foi encaminhada ao hospital de campanha, no Grande Hotel, onde ficou dois dias usando uma máscara de oxigênio e depois foi intubada, ficando mais seis dia, até finalmente ser internada na Santa Casa. A filha Bernadete Lucas Esteves Carreira, de 47 anos, contou, que a mãe foi internada e ficou dois dias em uma cama, sem lençol no colchão, em uma situação deplorável e somente depois ela recebeu a autorização para ficar com ela no quarto.

“Achávamos que ela não estava melhorando, porque ela não estava vendo ninguém da família e então me deixaram ficar com ela. Quando cheguei ela estava daquele jeito da foto. O colchão sem lençol. Ela estava molhada, com urina e então trocamos, colocamos um lençol limpo e fiquei com ela”, contou a filha. Porém a mãe precisou ser intubada e a filha não pôde mais acompanhá-la no quarto.

As filhas contaram ainda que a mãe sofre de um enfisema pulmonar, o que agrava ainda mais o seu quadro.  

Na manhã desta quarta-feira, 26, uma neta de Maria de Lurdes postou em suas redes sociais o apelo para avó conseguir a transferência para UTI. A publicação viralizou e vaga surgiu horas depois.

As condições que a idosa estava, em uma cama simples de hotel, com o colchão inadequado e até sem lençol, gerou uma grande revolta nas redes sociais, diante do grande volume de dinheiro investido no local, que é apresentado como um hospital de “referência” pelo prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay (PSD).

Esses relatos, somados a vários outros, seria mais do que o suficiente para o Ministério Público abrir uma investigação e apurar quais são as reais condições de tratamento das pessoas que passaram e continuam por lá internadas.

O Passando a Régua fica aberto para que a Secretaria Municipal de Saúde apresente uma explicação.

RELEMBRE OUTRA DENÚNCIA: Munícipe que passou pela UPA e hospital de campanha “Covid-19” em Ourinhos fala de atendimento traumático; nem um animal merece passar por isso, disse a mulher

Questionamentos não respondidos

Nós enviamos alguns questionamentos a Prefeitura de Ourinhos na última segunda-feira, 24, mas até agora não recebemos nenhuma resposta. Confira as perguntas feitas pelo site:

Prefeitura tem um contrato firmado com a Organização Social Maxx Saúde, que faz a gestão do hospital de campanha, pelo valor de R$888.976,03, por mês. Este valor não é usado para contratações de médicos e enfermeiros? Se não, como a Prefeitura contrata estes profissionais para atuar no Hospital de Campanha? E o que é feito como o valor destinado à Maxx Saúde?

Qual é o valor exato que a Prefeitura de Ourinhos gastou durante todo o período de funcionamento do hospital de campanha Covid-19?

O contrato prevê, que a Maxx Saúde tem que fazer a aplicação de vacinas contra o H1N1 e também realizar testes para a detecção contra a Covid-19. Verificamos que os testes não são feitos no local. Por que isso não é respeitado?

(Confira o contrato com a Maxx Saúde – clique aqui)

ESPECIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS

a) Recepção da Unidade de Campanha;

b) Triagem dos pacientes, com equipe médica estruturada mediante parceria (o que significa? Não contrata os médicos e enfermeiros);

c) Remoção dos pacientes em caso grave para a Santa Casa de Ourinhos;

d) Aquisição de insumos específicos e medicamentos de uso geral e específicos (medicamentos só que são usados pelas pessoas internadas?);

e) Aquisição e recarga de cilindros de gases medicinais, máscaras e demais acessórios pertinentes;

f) Administração de farmácia da Unidade de Campanha, de estoque de medicamentos específicos para a COVID-19, dispensação de medicamentos aos leitos e reposição de estoque (tem esta farmácia?);

g) Realização de procedimentos diagnósticos diversos aplicados a tratamento de paciente Corona vírus;

h) Compra, dispensação e distribuição de EPIs específicos;

i) Expurgo de materiais/EPIs utilizados, segundo especificações da Vigilância Sanitária de Ourinhos;

j) Locação e/ou compra de equipamentos necessários destinados ao Hospital de Campanha, leitos de retaguarda e salas de estabilização;

k) Recebimento e dispensação de refeições (desjejum, colação, lanche da tarde, merenda e ceia);

l) Limpeza dos leitos e das áreas comuns do hotel, segundo especificações da Vigilância Sanitária Municipal de Ourinhos;

m) Vacinação H1N1 com modelo de aplicação a ser definido pela Secretaria Municipal de Ourinhos (está aplicando as vacinas no local?).

n) Realização de testagens (está realizando os testes para a Covid? Se sim, por que as pessoas são dispensadas do Pronto Atendimento sem a realização de testes?).


Fonte: Passando A Régua
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