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24/04/2021

Idoso toma vacina trocada

A vacinação contra a Covid-19 em Bauru registrou mais um episódio considerado lamentável. Um idoso que tomou a primeira dose da CoronaVac retornou ao posto de saúde para reforçar a imunização, na última terça-feira (20), e foi vacinado com a Oxford/AstraZeneca. A troca de vacinas ocorreu na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Jussara/Celina e foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde, que lamenta o episódio e diz que apura as circunstâncias do erro. Esta UBS é a mesma que registrou a queima de uma geladeira no final de semana passado e pode ter perdido 350 doses de CoronaVac, conforme o JC noticiou (leia mais abaixo).

Em nota, a prefeitura chegou a argumentar que o idoso que tomou a vacina diferente "procurou a unidade no horário errado, porque ele teria que ir à tarde". Isso porque, as primeiras doses das vacinas contra a Covid-19, que hoje são em sua maioria da AstraZeneca, têm sido aplicadas apenas no período entre 8h e 12h. Já a aplicação das segundas doses ocorre entre 13h e 16h30.

O município ressalta, no entanto, que ainda esclarecerá qual o motivo do equívoco, e aponta que, o excesso de movimento na UBS, "pode ter colaborado para o acontecido".

EXIGÊNCIA

Sobre a situação, Orlando Costa Dias, que é secretário municipal de Saúde, observa que os funcionários são treinados para exigir a documentação ou carteirinha de vacinação de todos, independentemente do horário de vacinação. "Mas, deve ter ocorrido alguma confusão na hora de aplicar e a enfermeira não pediu. São milhares de vacinas, uma hora ou outra, alguém, pelo cansaço ou outro motivo, pode falhar. Só que não podemos aceitar, temos que pecar pelo excesso de informações antes de vacinar neste momento. Por isso, aumentaremos o rigor. Nosso pessoal já tem ido às unidades para orientar sobre a eliminação de falhas", pontua o secretário, que não fala em possíveis punições.

Das 23 unidades públicas que participam da vacinação contra a Covid-19, Dias ressalta que as UBSs Jussara/Celina, Redentor, Vila Cardia e o Promai são as que mais têm registrado movimento. E cita a importância de a população também manter a atenção. "Sempre apresente o documento e, se for segunda dose, mostre a carteirinha", frisa Orlando.

DIFERENÇA

Além de possuírem tecnologias distintas, as duas vacinas citadas possuem intervalos diferentes para aplicação da segunda dose. Para a CoronaVac, o reforço deve ocorrer em até 28 dias. Já para a Oxford/AstraZeneca, o período é de 3 meses.

Enquanto a vacina produzida pelo Butantan tem o vírus inativado que leva o organismo a produzir anticorpos, a Oxford possui como tecnologia o vetor viral não replicável, utilizando um adenovírus que não é capaz de se replicar em organismo humano.

Ainda não há um estudo que comprove a eficácia ou ineficácia da mistura de vacinas diferentes e a situação é considerada erro na imunização. Reações causadas pela combinação também são desconhecidas.

A Secretaria Municipal de Saúde disse, em nota, contudo, que a aplicação em questão "é considerada segunda dose" e que o paciente é monitorado até que o Ministério da Saúde se posicione em relação ao caso.

Vacinação e falhas

Ainda nesta semana, a vacinação contra a Covid-19 registrou outras falhas. A mais grave delas foi noticiada pelo JC nesta quinta (23), quando uma técnica de enfermagem terceirizada, que atuava na Unidade de Saúde da Família da Vila São Paulo, foi demitida por justa causa após vacinar o filho, a nora, o marido e uma cunhada, todos entre 20 e 44 anos e não pertencentes ao grupo prioritário. Um BO deve ser registrado pela prefeitura na próxima semana. A UBS Jussara/Celina também esteve envolvida em episódio na última segunda-feira (19), quando 350 doses de CoronaVac ficaram sem refrigeração e podem ter estragado, após a geladeira em que elas estavam queimar, possivelmente por vazamentos no telhado da unidade. Na noite desta quinta (22) e manhã desta sexta (23) o sistema online para agendamento de vacinação da prefeitura também registrou falhas e precisou de reparo.

Nesta sexta-feira (23), a plataforma VaciVida do governo estadual apontava 797 registros de aplicações de imunizantes contra a Covid-19 trocados (vacinas do Butantan e da Fiocruz) entre primeira e segunda dose em todo o Estado. O que mostra que a situação ocorrida em Bauru não se restringe apenas à cidade.

Em nota, o Estado destaca que cabe ao município acompanhar, orientar e prestar assistência aos pacientes e que é fundamental verificar a dose antes de aplicá-la, conferindo lote e demais detalhes que devem ser cadastrados e registrados tanto na carteira de vacinação do cidadão quanto no sistema oficial de informação. "A pessoa que eventualmente for imunizada e tiver dúvidas e/ou apresentar alguma reação deve procurar um serviço de saúde para que este realize os procedimentos técnicos e de orientação necessários".



Fonte: JC Net
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