Impactada diretamente pela pandemia, a Secretaria Municipal de Saúde aumentou em 42% os gastos com horas extras, na comparação entre os primeiros semestres de 2020 e 2021. De cerca de R$ 1,4 milhão, nos primeiros seis meses do ano passado, os valores desembolsados com jornadas extraordinárias dos servidores da pasta foram, neste ano, para R$ 2 milhões. Segundo a Secretaria Municipal de Administração, os R$ 600 mil adicionais, contudo, eram esperados pela prefeitura e não pesaram tanto aos cofres do município. Isso porque os valores a mais acabaram amortizados diante de economias realizadas por outras pastas no período (leia mais abaixo).
Vale destacar que o montante referente às horas extras da Saúde não inclui os plantões feitos por médicos nas unidades, que é contabilizado separadamente pelo município.
A Secretaria Municipal do Planejamento (Seplan), que possui equipes atuando diretamente nas ruas com fiscalizações das regras sanitárias, é a segunda pasta que mais registrou horas extras. As despesas são bem menores que as da Saúde, mas os valores desembolsados mais que dobraram: de R$ 19 mil, nos primeiros seis meses de 2020, para R$ 42 mil, no mesmo período em 2021.
"Como a Seplan trabalha em rodízio, os funcionários acabam se ajustando e não há tantas horas extras. Nesta pasta, o quadro de profissionais também não é tão grande, comparando com outras secretarias, como a Saúde", ressalta Everson Demarchi, secretário de Administração.
DENTRO DA EXPECTATIVA
O total das horas extras praticadas pela Saúde e Seplan somado aos das outras 12 secretarias resultou, neste ano, em R$ 2,9 milhões para a prefeitura. O valor é maior 7,4% do que os R$ 2,7 milhões despendidos pelos cofres municipais no primeiro semestre de 2020, mas, segundo o secretário, está dentro das expectativas.
"Os R$ 200 mil a mais estão dentro do previsto. A secretaria cobra que as despesas estejam dentro do orçamento e as horas extras têm sido feitas só em casos excepcionais e de forma autorizada. Para equilibrar, as demais secretarias têm segurado as horas a mais. A prioridade é dada às que atuam diretamente contra a Covid-19, que são a Saúde e a Seplan", pontua Demarchi.
Em 2020, a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (Semel) chegou a pagar R$ 51 mil por horas extras. Neste ano, não houve gastos do tipo na pasta, informa a Secretaria de Administração.
Já na Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes), as despesas com jornadas extraordinárias reduziram de R$ 31 mil, no primeiro semestre de 2020, para R$ 16 mil, em 2021.
A Cultura também limitou as jornadas extras. Nos primeiros seis meses de 2020, a pasta gastou R$ 83 mil com isso e, neste ano, os valores não superaram a casa dos R$ 4 mil até o momento.
"Temos controlando isso diariamente para não deixar estourar, já que o momento é de cautela, pois não sabemos até quando a pandemia irá perdurar", finaliza o secretário Everson Demarchi.