Desde o início do atual mandato, o governo federal anunciou ao menos 24 medidas de criação ou aumento de impostos, o que equivale a um anúncio a cada 37 dias, em média. Entre os principais pontos está a alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), aprovada no final de maio de 2025, que gerou novas críticas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A lista de ajustes tributários envolve desde a reversão de desonerações até a criação de tributos inéditos. Entre os destaques estão:
Reoneração de combustíveis (PIS, Cofins e Cide);
Criação de imposto sobre exportação de petróleo;
Taxação de apostas eletrônicas (bets);
Fim da isenção para veículos elétricos;
Criação de “come-cotas” para fundos exclusivos;
Retorno do DPVAT;
Extensão da cobrança sobre importações abaixo de US$ 50;
Aumento do imposto para aço, ferro, armas e painéis solares;
Incidência de tributos sobre offshores e dividendos;
Estimativa de IVA em 28%, com trava de 26,5.
Além disso, há previsão de taxação de grandes empresas de tecnologia , como Meta, Alphabet, Microsoft, Amazon e Netflix , proposta que ainda não avançou no Congresso.
Especialistas do setor tributário apontam que parte dos aumentos tem caráter emergencial e visa cobrir déficits acima do esperado. “Essas medidas geram insegurança jurídica e afastam investimentos, o que compromete a arrecadação futura”, avalia Luís Garcia, advogado tributarista.
Segundo levantamento da Gazeta do Povo, a atual carga tributária brasileira pode estar se aproximando dos maiores patamares históricos. A maior parte das novas medidas já está em vigor, embora algumas ainda tramitem no Congresso.