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"Bauru sem fome". Este foi o nome dado para a campanha solidária que visa arrecadar alimentos e itens básicos suficientes para beneficiar 850 famílias em situação de vulnerabilidade que vivem no município. A ação é uma parceria entre a Associação de Maçons de Bauru e Região (Assoma) e o projeto social Casa da Sopa da Vila Dutra, articulada pelo vereador Coronel Meira (PSL). Os idealizadores esperam criar uma rede de ajuda com demais entidades e empresários da cidade para conseguir auxiliar pessoas por meses.
De acordo com o parlamentar, que também faz parte da Maçonaria, houve uma queda na quantidade de doações neste ano e, por isso, diversas famílias que vivem em situação de vulnerabilidade não vêm recebendo ajuda, segundo relatos da coordenação da Casa da Sopa. "Então, para contornar essa situação, pedi auxílio dos meus irmãos maçons para realizar uma arrecadação entre as Lojas Maçônicas, e conversei com a prefeita Suéllen Rosim, que se dispôs a colaborar de alguma forma por meio da Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes)", relata.
A entidade visa uma campanha de recebimento perene, para garantir que essas famílias tenham alimento e recursos durante os próximos 7 ou 8 meses, pelo menos, segundo o presidente da Assoma, o advogado Maurício Ruiz. "Ficamos maravilhados com este projeto solidário e decidimos participar. Vamos divulgar não apenas entre os maçons, mas com amigos e familiares, para construir uma rede de doadores capaz de suprir as necessidades dessas pessoas que moram na cidade", afirma, complementando que a ideia é ampliar para entidades de qualquer segmento de Bauru que estejam interessadas em ajudar.
Atualmente, no município, existem 20 lojas maçônicas, que contam com cerca de mil membros. Dentre elas, está a Loja Maçônica Arquitetos de Ormuzd, localizada na quadra 8 da avenida Rodrigues Alves, no Centro. "Existimos há 124 anos, fomos a primeira loja da cidade. Durante a gripe espanhola, nosso prédio foi usado como alojamento, bem como foi um hospital de campanha durante a Revolução de 32. Agora, também idealizamos essa grande ação para beneficiar os bauruenses", pontua o presidente da loja, Francisco Antônio Ramos.
DISTRIBUIÇÃO
Já a coordenadora do projeto social Casa da Sopa da Vila Dutra e responsável pela distribuição dos alimentos e itens arrecadados, Rose Lopes afirma que são muitas pessoas precisando de ajuda, contra uma brusca redução no número de doações.
"São 850 famílias cadastradas, sendo 5.482 pessoas atendidas com as mais diversas necessidades. São 382 crianças com idades entre 1 e 5 anos, que recebem leite todas as semanas, 26 pessoas acamadas e 380 idosos sustentando a família inteira com uma mísera aposentadoria", relata Rose, informando que as entregas são feitas semanalmente e de acordo com a necessidade de cada família, baseado no cadastro que é realizado junto à entidade.
"Nós buscamos o comprometimento dos doadores, pois, se temos a garantia de que vamos receber, temos a garantia de que vamos ajudar essas pessoas. Por isso, reforçamos o pedido para todas as entidades e a sociedade em geral participarem", conclui.
SERVIÇO
Serão aceitas doações, em qualquer quantidade, de alimentos da cesta básica, fraldas infantis e geriátricas, leite, leites especiais (como sem lactose), alimentação parenteral, frutas, legumes, verduras, ovos, pães, produtos de padaria, material de higiene e limpeza, roupas, calçados, móveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
Alimentos podem ser entregues no estacionamento do Poletti, na rua Presidente Kennedy, 5-7, Centro, em horário comercial. Mais informações pelo telefone 3232-5833. Já doações em dinheiro podem ser feitas na conta do Banco do Brasil, agência 6533, conta corrente 37.698-1, em nome de Maria Laurídia (CPF 603.802.178-72). Ou para a Caixa Econômica, agência 2141, conta poupança 00009302-0, em nome de Rose Lopes (CPF 708.768.518-04). Telefones para mais informações: 98111-3295 (Valquíria) e 99162-6811 (Rose Lopes).
De acordo com o vereador Coronel Meira (PSL), algumas alterações poderiam ser feitas para aperfeiçoar a atuação do atendimento público municipal a pessoas em situação de vulnerabilidade em Bauru. "A começar pelo cadastro do Cras (Centro de Referência da Assistência Social), que não é aprofundado. Muitas vezes, não há fiscalização para averiguar qual a real situação daquelas famílias", afirma.
Diante disso, o parlamentar relata que sugeriu à prefeita Suéllen Rosim, durante reunião, que os dados do Cras sejam cruzados com os cadastros de outros projetos sociais do município, como a Casa da Sopa da Vila Dutra, para que exista um cadastro único das famílias em situação de vulnerabilidade no município. "Existe, ainda, a necessidade de realizar um censo socioeconômico. O último foi feito na década de 1990, pela Unesp em parceria com a Polícia Militar", finaliza.
