O rádio bauruense perdeu mais uma tradicional voz. O jornalista, locutor da Unesp FM e músico Celso Adriano Chermont, de 52 anos, morreu vítima de complicações da Covid-19. O bauruense estava internado em um hospital particular da cidade desde o último dia 15 e não resistiu nesta terça-feira (29). O profissional, que deixou pais, irmãos, filho e namorada, entra para as tristes estatísticas da pandemia três meses depois da morte do seu colega de trabalho, o locutor Mário Moraes, também levado pelo novo coronavírus.
Companheira de Chermont, a professora Paula Alexandra Moutinho Loureiro, de 56, revela que o locutor também atuou na 710 e Líder FM. "Ele era uma pessoa ímpar e muito ativa", exalta.
Chermont também era cantor e compositor. Ele atuava nas bandas Súditos do Rei, que traz uma versão rock'n roll das músicas de Roberto Carlos, bem como Rádio Trio, cuja proposta envolve a substituição da bateria pelo trombone.
Como compositor, Chermont escreveu o jingle usado pela Prefeitura de Bauru nas campanhas de prevenção à dengue e um dos sambas-enredo vencedores da Mocidade Independente da Vila Falcão, onde ele também atuava na ala musical.
Além da área cultural, o profissional também se dedicou à política. Ele fazia parte do extinto PFL - hoje, DEM -, ao lado de Dudu Ranieri, de quem era bastante próximo. Chermont, inclusive, chegou a assessorar a vereadora Chiara Ranieri.
Na FIB, onde o locutor atuou como mestre de cerimônias, ele chegou a comandar o programa TV FIB Política. Em 1988, também foi candidato a vereador. Ultimamente, Chermont estava filiado ao PRB.
Já no futebol, o bauruense dividia a sua paixão pelo Corinthians e pelo Independência Futebol Clube, onde exercia a função de diretor.
Chermont deixou os pais Celso e Genilda, os irmãos Rebeka, Diego, Rubens, Silvia e Patricia, o filho Celso, a namorada Paula, além de diversos amigos, entre eles, os inúmeros músicos que ajudou a promover nos programas que apresentava junto à Unesp FM.
LUTO
Em nota, a direção da rádio informa que "Chermont ingressou na Unesp FM em dezembro de 2001, notabilizando o seu trabalho com descontração e alegria". A instituição declarou luto oficial de três dias.
Colega de trabalho do profissional desde que o mesmo entrou na rádio, o operador de áudio Jurandir Matos, o Carrado, de 54 anos, lamentou muito a perda. "Nós éramos como irmãos, pois brigávamos direto, mas sempre ficávamos bem".
O locutor apresentava o Musical Unesp e o Happy Hour ao vivo, mas gravava outros programas para a Unesp FM. "O Celso tinha um temperamento forte, mas o coração do tamanho do mundo", finaliza Carrado.
O corpo de Chermont foi sepultado, nesta quarta (30), no Cemitério da Saudade.