Na tarde deste sábado (19), assim como ocorreu em outras partes do País (leia mais na página 18), foi realizado uma manifestação em Bauru. O grupo se reuniu na Praça Rui Barbosa, no Centro, e seguiu a pé pela avenida Rodrigues Alves e demais vias do Centro em ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Com faixas e cartazes, e gritando palavras de ordem, estudantes, sindicalistas,membros da classe artística e pessoas contrárias às políticas públicas vigentes pediram a saída do presidente, protestaram contra o alto número de mortes pela Covid-19 e defenderam o SUS, ampliação da vacinação e de auxílios emergenciais e valorização da educação pública e da cultura. Também foram feitas críticas ao governo municipal.
Durante o ato, "fiscais" reforçavam a necessidade de distanciamento social entre o público e distribuíam álcool em gel aos participantes.
Carregando uma foice com a frase "Vacina Já", o ator Rafael Maia foi um dos que criticaram a redução da verba para a cultura em Bauru e ausência de políticas emergenciais efetivas que auxiliem a classe artística durante a pandemia. "Nós, artistas, exigimos respeito".
DESMONTE
Francimeire Leme Coelho, que faz mestrado em Linguística na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), denunciou o que considera um desmonte dos institutos federais. Segundo ela, corte de 21% no orçamento da universidade impede o retorno das aulas presenciais e garante aulas online apenas até setembro.
"O que está ocorrendo é um ataque às universidades públicas", diz. "Também não podemos aceitar que, em mais de um ano de pandemia, a maioria da população não esteja vacinada".
LEITOS
Investimentos na área da saúde, desde a atenção primária até a abertura de mais leitos de UTI, também são cobrados pela estudante do 4.º ano de Medicina da USP em Bauru Thais Nogueira Ataídes, que integra o grupo "O HC não pode morrer".
"Abrir o hospital só por abrir não supre todas as necessidades de saúde do município. Quando você protege a pessoa de se adoecer, quando você faz o trabalho de atenção primária, de unidade básica de saúde, de UPA que funciona, você diminui também a demanda do hospital", afirma. "O Hospital das Clínicas precisa ser aberto, Bauru precisa do hospital aberto, mas Bauru precisa que todos os níveis de atenção em saúde funcionem".