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As máscaras passaram a fazer parte do cotidiano da população e se tornaram até um artigo adaptado ao vestuário. Ao final da vida útil, em razão dos riscos de contaminação, esses itens devem compor o volume dos resíduos urbanos, a ser disposto em aterros sanitários, diferente de roupas e utensílios domésticos, que acabam, em parte, doados ou vendidos como bens usados. Porém, não é o que tem acontecido por vezes em Bauru. Nos últimos dias, a reportagem flagrou o descarte irregular de máscaras em vários pontos, como na avenida Getúlio Vargas e até mesmo nas proximidades de unidades de saúde, como o Pronto-Socorro Central (PS Central) e o Hospital Estadual (HE). Essa prática tem preocupado a população.
O eletricitário aposentado Antonio Cezar Wolff Bueno, de 67 anos, andava pela pista de caminhada da Getúlio na manhã desta terça-feira (15), momento em que relatou ter encontrado alguns itens do tipo nas ruas de terra atrás do Aeroclube, onde muita gente costuma se exercitar. "Eu fico bastante incomodado, porque existe a possibilidade de as máscaras ainda abrigarem o coronavírus e, em um piscar de olhos, uma criança pode mexer", complementa.
A advogada Christina Chaves de Toledo, de 66, também frisa que, nos últimos três meses, encontra algumas máscaras espalhadas pela pista de caminhada da Getúlio, onde se exercita diariamente. "O que mais me preocupa é o fato de saber que, se os itens acabaram descartados ou caíram, alguém ficou sem usá-los, facilitando a transmissão do vírus", acrescenta.
A dentista Flora Freitas Fernandes Távora, de 41, também estava na pista de caminhada da Getúlio e percebeu um aumento da quantidade de protetores faciais descartados nos últimos três meses. "Antes, era comum nós encontrarmos chinelos usados pelas ruas, mas, agora, eles deram lugar às máscaras", observa.
Para se ter ideia, conforme informações da assessoria de comunicação da Emdurb, que cuida da limpeza pública da cidade, a equipe da varrição da área central costuma encontrar, em média, de três a quatro itens do tipo por dia, incluindo máscaras ainda na embalagem.
RECOMENDAÇÕES
Conforme informações do site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), a mudança cultural, cada vez mais desejada e necessária, de reutilização dos bens de consumo não pode ser aplicada no caso das máscaras, em razão dos riscos à saúde pública.
Logo, o órgão recomenda descartá-las em lixo sanitário com tampa tanto em espaços públicos quanto nas residências e nos estabelecimentos comerciais.
Titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), Dorival José Coral reforça as orientações dadas pela Cetesb. "Para evitar a contaminação, as máscaras não devem ser descartadas junto ao lixo reciclável e, como percebemos que isso também tem se tornado comum, pretendemos conscientizar a população por meio da nossa a assessoria de comunicação e da imprensa em geral", finaliza.
