O Ministério Público (MP) Estadual, por meio do Grupo de Atuação Regionalizada de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), instaurou inquérito para apurar de que forma plantações de eucalipto têm impactado no rebaixamento do nível da Bacia do Rio Batalha. A investigação é baseada em um laudo técnico elaborado por engenheiros da Defesa Civil de Bauru. O documento apontou que essas árvores absorvem, por dia, entre 784% a 1.226% de água a mais do que a quantia que é consumida pelos cerca de 140 mil bauruenses que são abastecidos pelo rio.
Conforme o JC noticiou, em maio deste ano, o vereador Eduardo Borgo (PSL), presidente da Comissão de Meio Ambiente e Saúde na Câmara de Bauru, entregou ao MP uma denúncia baseada no estudo, reforçando que a crise hídrica no município está agravada nos últimos anos muito em função da monocultura de eucalipto na região do rio, que pode estar secando o manancial.
O laudo aponta que os cerca de 140 mil bauruenses abastecidos pelo Batalha consomem 48,3 milhões de litros de água por dia. Já a sucção pelas raízes dos 19.511 hectares de eucaliptos plantados na Bacia do Rio Batalha absorve entre 427,6 a 641,4 milhões de litros de água por dia.
SOLICITAÇÕES
O inquérito é conduzido pelo promotor do Gaema, Luis Fernando Rocha. A princípio, ele solicitou a manifestação, em até 15 dias, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Tietê Batalha e da Diretoria da Bacia do Baixo Tietê, vinculada ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), sobre as afirmações do laudo "a respeito das consequências que estão sendo provocadas pela monocultura de eucalipto na bacia do Rio Batalha".
À Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), foi solicitado que informem, também em até 15 dias, "se a atividade de plantio de eucalipto sujeita-se a licenciamento ambiental".
Se o inquérito comprovar que as plantações causaram a diminuição da vazão do Batalha, poderão ser tomadas medidas para reparação ambiental.