Reconhecido até fora do Estado por sua atuação no tratamento de HIV e de outras patologias, o Centro de Referência em Moléstias Infecciosas (CRMI) de Bauru tem enfrentado dificuldades no atendimento aos pacientes. Com infiltrações e espaço reduzido, o prédio em que está situado o serviço já não comporta a demanda atual, revela a prefeitura. Por isso, o secretário municipal de Saúde e vice-prefeito, Orlando Costa Dias, diz que pleiteará à USP a cessão de um andar no 'predião' do Hospital das Clínicas (HC) para abrigar o Centro de Referência, que também funciona como unidade hospitalar.
Com cerca de 2 mil atendimentos por mês, o CRMI, apesar de ser um serviço municipal, é referência de atendimento para 38 municípios. Ele também atua como uma espécie de "hospital", voltado a pessoas com HIV, gestantes e até crianças expostas ao vírus da Aids, assim como portadores de hanseníase, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).
Com oito consultórios, farmácia própria, sala de medicação, sala de emergência, recepção e administração, o serviço está localizado na quadra 1 da rua Silvério São João, Centro, em uma ala cedida pelo Estado no prédio do complexo que também abriga a sede do Departamento Regional de Saúde (DRS-6), além da UBS do Centro, entre outros.
PROBLEMAS
O CRMI tem, hoje, cerca de 20 salas, contudo, possui infiltrações e apresenta sinais de que não comporta mais a demanda de atendimentos. É comum, por exemplo, o armazenamento de caixas de medicações e produtos nos consultórios.
Essenciais na unidade, as salas de medicação para tratamento endovenoso e de emergência ficam interditadas com frequência em dias de chuva. No fim de 2019, o local chegou a receber pequena reforma e pintura, mas as infiltrações continuaram.
"É um ambiente de Saúde e que trata de pessoas com debilidades importantes. Não dá para deixá-las em uma sala deitada por seis horas, recebendo medicação e respirando mofo. Então, temos que constantemente reformar para garantir uma condição melhor", observa a diretora de departamento Lucila Bacci.
'IDEAL'
Como saída aos problemas, Orlando Costa Dias aponta a transferência da unidade para o 'predião' da USP. "Caberia direitinho dentro de um andar do HC. E temos um RH pronto com 38 funcionários", cita o secretário, informando já ter conversado sobre o assunto com a Superintendência do HRAC/Centrinho, responsável pelo 'predião'. "Essa seria uma 'sementinha' para ocupação do HC. É algo que beneficiaria os alunos da Medicina da USP também", completa Costa Dias, ressaltando que formalizará nesta segunda-feira (8) o pedido à Reitoria da universidade.
Caso a resposta seja negativa, o "plano B", cita o titular da Saúde, seria angariar verba para a construção de um novo local.
Em nota, a Superintendência do HRAC/Centrinho informou que novos pleitos relacionados ao uso dessa estrutura devem ser tratados diretamente com o governo do Estado, e não com a USP.
Sobre as condições no prédio que abriga o CRMI, o Estado diz que a estrutura é segura e que profissionais de engenharia estão avaliando o imóvel para definir intervenções necessárias.