Esperados desde o ano passado, os 10 leitos de UTI no hospital de campanha do Hospital das Clínicas (HC) devem finalmente abrir nesta quinta-feira (15). A garantia foi dada ontem pela Famesp, por meio da Secretaria de Saúde do Estado que, justamente com o município, cumprem o último dia do prazo estipulado pela Justiça para que a abertura ocorresse (leia mais abaixo). Com a ativação, o HC de Bauru passa a contar com 10 leitos de UTI para pacientes graves, além dos 40 de enfermaria já em funcionamento, todos voltados para o tratamento da Covid-19. O horário em que a abertura oficial ocorrerá, no entanto, não foi informado até o fechamento desta edição.
Segundo o JC apurou, o último entrave sobre o tema foi resolvido nesta quarta (14), quando o Estado comunicou ter destinado R$ 400 mil à Famesp para compra de equipamentos, como máquinas de hemodiálise, que seriam emprestadas de outros hospitais geridos pela fundação para o HC.
A Secretaria de Estado da Saúde também informou que estão previstos mais R$ 100 mil para auxiliar no funcionamento dos leitos de UTI, que terá a maior parte custeada pelo município. O Estado afirma ainda que a autorização para uso do 8.º andar do prédio do HC, onde está instalada a UTI, já foi viabilizada junto à USP, já que as enfermarias ficam lotadas no 4.º e 5.º andares. A nova ala, contudo, deve abrir com parte dos equipamentos e materiais emprestados de outros hospitais geridos pela Famesp, neste momento. Mas, com os R$ 400 mil, a fundação deve realizar a reposição para que não haja prejuízos em outros atendimentos.
A UTI do HC abre com prazo inicial de 3 meses de operação. A extensão do contrato depende, dentre outros fatores, de caixa da prefeitura, que ainda não informou nem mesmo a origem do recurso que custeará por 90 dias as UTIs, que tiveram a diária majorada de R$ 1,6 mil para R$ 2,4 mil nas últimas tratativas junto à Famesp. A prefeita Suéllen Rosim já informou que pensa no assunto com calma e não descarta o remanejamento de recursos de secretarias e de fundos municipais.
ACORDO JUDICIAL
A ativação dos 10 leitos tem como pano de fundo articulações que tiveram início ainda na gestão Gazzetta, diante de acordo firmado em ação judicial transitada em julgado, que obrigava o município, a Famesp e o Estado a ampliarem o número de leitos na cidade. Como contrapartida ao cumprimento da sentença, em março deste ano, a prefeitura se incumbiu de fornecer 10 respiradores, monitores e a arcar com a diária das UTIs por 90 dias.
Na mesma ação, a fundação e o Estado tiveram valores bloqueados na ordem de R$ 8,8 milhões cada um. A extrapolação do prazo de 30 dias para abertura da UTI no HC poderia resultar em bloqueio de novos valores.