Em seu primeiro dia na presidência do DAE, o engenheiro civil Marcos Saraiva, ex-secretário de Obras, se reuniu com o prefeito de Piratininga, major Jorge Luís, buscando em dar andamento a um convênio regional que estava parado há 14 meses e tem como foco melhorar as condições do Rio Batalha. Nesta terça (13), o assunto voltará a ser discutido, mas, desta vez, com o prefeito de Agudos, cidade que também comporta grande extensão do manancial.
Responsável pelo abastecimento de 38% de Bauru, o Batalha sucumbe, hoje, ao assoreamento e à falta de mata em Áreas de Preservação Permanente (APPs) em suas nascentes e afluentes. O assunto foi tratado em matéria do JC na edição do último domingo (11).
O nível da lagoa de captação do Batalha nesta segunda (12), inclusive, chegava a 2,40 metros. Se a lagoa baixar mais 20 centímetros nos próximos dias, Bauru deve enfrentar novo rodízio de água, situação que já preocupa Saraiva, que elenca como emergencial qualquer atitude que ajude a saúde do rio, já que a estiagem deste ano promete ser mais severa.
TRATATIVAS
Em janeiro de 2020, cidades que integram os 22 quilômetros de extensão do Batalha tentaram firmar uma parceria. No entanto, com a pandemia e, depois, com as eleições, as conversas não evoluíram.
Como forma de tirar as ações do plano de ideias de vez, o atual presidente do DAE, como primeiro ato de sua gestão na autarquia, se reuniu com o prefeito major Jorge Luís e com o coordenador municipal do Meio Ambiente de Piratininga, Bruno Pereira Chies, para discutir possíveis medidas.
O encontro resultou na intenção de cooperação de ambos os municípios para o desassoreamento de alguns subafluentes e afluentes, como o Córrego do Veado, que deságuam no Rio Batalha em uma região próxima à lagoa de captação.
Novos estudos e projetos, contudo, devem ser feitos para analisar a viabilidade da recuperação dos canais. "A nossa equipe técnica deve voltar a Piratininga para passar detalhes e um cronograma do que podemos fazer. A conversa ainda está no início", cita Saraiva. "Também ainda não temos um recurso certo para isso, mas buscaremos o que for preciso, seja por meio de emenda parlamentar ou não", completa o presidente do DAE.
500 HECTARES
De 11,6 mil hectares que compõem a bacia do Alto Batalha, apenas 1,6 mil hectare estão em Bauru. O restante fica dividido entre Agudos, com 4 mil hectares, e Piratininga, com 6 mil hectares. A maior demanda de consumo, contudo, fica com Bauru. Em condições normais, a Estação de Tratamento de Água (ETA) produz 540 litros de água por segundo.
No total, o Rio Batalha necessita de 500 hectares de reflorestamento em APPs. Até o fim do ano passado, apenas 85 hectares tinham sido reflorestados.