O diretório de Bauru do partido Republicanos e a Associação Sem Limites encaminharam, nesta semana, ofícios ao Ministério da Saúde e também a outros órgãos da União solicitando a inclusão de adolescentes, entre 12 e 17 anos, no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. A imunização desse público seria feita com doses da Pfizer, cuja utilização para tal faixa etária já foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O pedido, que cobra ainda a vacinação imediata dos adolescentes com deficiência ou comorbidades, teve como destino o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o procurador geral da República, Augusto Aras, e o procurador da República no município, André Libonati.
Em nota, o Ministério da Saúde, responsável pela inclusão de novos grupos na campanha, diz apenas que segue em estudo a ampliação da imunização para a faixa etária em questão.
A campanha contra Covid-19 vigente hoje, em todo o País, restringe a aplicação dos imunizantes a pessoas a partir dos 18 anos.
A Anvisa, contudo, autorizou, em 11 de junho, o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para adolescentes de 12 anos a 15 anos. O imunizante já estava autorizado a pessoas com 16 anos ou mais. Ainda assim, estas faixas etárias não estão contempladas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).
VIOLAÇÃO
Presididos pelo empresário Eduardo Avallone, tanto o diretório municipal do Republicanos quanto a Associação Sem Limites consideram, nos ofícios, o retorno gradual das aulas e o Estatuto da Pessoa Com Deficiência, além de preceitos constitucionais, como o direito à vida. Nos documentos enviados a Augusto Aras e a André Libonati, o partido e a entidade reforçam que há violação da constituição diante da não inclusão desses grupos na vacinação.
Os pedidos citam, ainda, um estudo realizado pelo Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (Idor), em parceria com 19 hospitais públicos e particulares no País. Feita com pacientes de um mês de vida a 19 anos que ficaram internados por causa da Covid-19 em UTIs, a pesquisa apontou "que ter alguma comorbidade aumenta em 5,5 vezes as chances de crianças e adolescentes evoluírem para casos graves de Covid-19 em relação a pacientes saudáveis".
Vale destacar que o imunizante da Pfizer já é aplicado em adolescentes entre 12 e 15 anos nos Estados Unidos desde maio.
MINISTÉRIO
Em nota, o Ministério da Saúde informou que a ampliação da vacinação para adolescentes, com o imunizante da Pfizer, ainda está em discussão na Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis.
"A pasta reforça aos Estados e municípios, que, neste momento, a recomendação do Ministério da Saúde é vacinar todos os grupos prioritários definidos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 e, gradativamente, a população acima de 18 anos, com indicação de uso das vacinas para covid-19", conclui.