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Espaços de terra batida abertos em terrenos e plantações, os aceiros ajudam a controlar os focos de incêndio desde que feitos da maneira correta. Tal orientação, inclusive, esteve presente ao longo da Operação Huracan, realizada pela Polícia Militar Ambiental em todo o Estado de São Paulo, inclusive, em Bauru, nos últimos três dias. A ação buscou coibir as queimadas em meio ao período de estiagem, que, neste ano, chegou ao município em abril, com um mês de antecedência. A vegetação seca, por sua vez, funciona como um "combustível" se aliada ao calor, ao vento e à baixa umidade.
Segundo a comandante interina da 2.ª Companhia de Polícia Militar Ambiental, que compreende Bauru e outros 37 municípios paulistas, a primeira-tenente Ana Paula Arruda Silva, a operação decorreu da estiagem. "As previsões apontam que o fenômeno afetará mais o nosso Estado neste ano do que no anterior", argumenta.
Neste sentido, a polícia verificou diversas áreas, principalmente, aquelas dedicadas ao plantio de cana-de-açúcar, cuja presença dos aceiros é obrigatória. "As divisões não podem abrigar mato e devem apresentar uma largura de três metros, evitando que o fogo se espalhe para os terrenos vizinhos", explica.
Embora a corporação tenha feito algumas autuações (confira o balanço ao lado), a operação visava mesmo conscientizar sobre a importância de coibir as queimadas, que prejudicam tanto a vegetação quanto a saúde humana.
Ainda de acordo com a comandante da 2.ª Companhia, apesar de os aceiros serem obrigatórios apenas para os canaviais, a corporação também recomenda a sua presença nas demais áreas, incluindo os terrenos da área urbana e aqueles que separam pastos de reservas legais.
CIFRAS MILIONÁRIAS
Atear fogo em mato é crime e pode implicar em multas administrativas que variam conforme a extensão do prejuízo ambiental. "Geralmente, nós aplicamos autos de infração a partir de R$ 50 mil, mas alguns deles atingem cifras milionárias", revela.
Para se ter ideia, só em 2020, a 2.ª Companhia elaborou 27 autos de infração e as multas, somadas, chegaram a R$ 3.791.030,00 em toda a sua área de atuação.
SERVIÇO
Para mais informações sobre o assunto, basta entrar em contato com o Pelotão Ambiental de Bauru ou Lins através dos telefones (14) 3103-0150 e (14) 3255-3571, respectivamente.
A denominação da operação faz alusão à mitologia maia, que define Huracan como o deus responsável por catástrofes naturais com a invocação de elementos como vento, fogo e terra.
Ao final da operação, foram fiscalizadas, na região de Bauru, 61 propriedades, 1,17 hectares de área de cana-de-açúcar, 401.535 metros de área de faixa de domínio e 865.916 metros de área de aceiros. Desse total, 220.420 metros estavam em desconformidade com a legislação e os proprietários foram orientados a regularizar os aceiros.
Nesta terça (11), em Getulina, policiais ambientais localizaram uma área de 7,26 hectares de vegetação queimada. Já hoje (12), em Macatuba, as equipes flagraram uma área de 0.773 hectares de vegetação nativa em locais onde ocorreram incêndios de grandes proporções.
