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26/02/2021

Pacientes com Covid de Bauru chegam a ter que viajar quase 350 km por UTI

A lotação dos leitos para Covid-19 em Bauru, especialmente das UTIs, tem feito com que pacientes moradores da cidade sejam transportados por quase 350 quilômetros para a internação. De acordo com um levantamento feito pela Prefeitura Municipal a pedido do JC, de 1 a 23 de fevereiro, nove pessoas atendidas no município com suspeita ou confirmação da doença foram conduzidas a outras regiões, sendo que seis delas buscavam vagas de UTI e outras três de enfermaria. A maioria, inclusive, foi enviada para fora do Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS-6).

E este número pode ser ainda maior, já que a listagem contabiliza apenas transportes feitos pelo Samu, não computando, por exemplo, situações em que a própria família pagou por ambulâncias particulares.

Um dos deslocamentos mais emblemáticos é de um paciente de UTI que acabou conduzido para um hospital de Santo André, a cerca de 350 quilômetros de Bauru, na região metropolitana do DRS-1, da Grande São Paulo.

Além desta, há ainda a transferência de uma pessoa com necessidade de UTI que foi levada para o hospital regional de Presidente Prudente (DRS-11), a 307 quilômetros de Bauru.

OUTROS MUNICÍPIOS

Outros seis pacientes transportados para hospitais fora da DRS-6 de Bauru, que atende 68 cidades, acabaram atendidos pelo DRS-9, de Marília.

Três deles foram para UTIs na Santa Casa de Assis (a 184 quilômetros de Bauru), em um hospital em Paraguaçu Paulista (a 187 quilômetros de Bauru) e no Hospital das Clínicas de Marília (a 100 quilômetros de Bauru). Esta última unidade citada também recebeu mais três pessoas de Bauru, mas em suas enfermarias.

O Samu conduziu ainda um nono paciente que precisava de internação em UTI até a Santa Casa de Lins, que fica dentro dos limites da área abrangida pele DRS-6 de Bauru.

LOTAÇÃO E PREOCUPAÇÃO

Dados no boletim diário da prefeitura mostram que as UTIs para a Covid-19 no Hospital Estadual (HE) voltaram a atingir patamares acima dos 96% (quando dos 50 leitos restam apenas 2 desocupados) desde 27 de janeiro. De lá para cá, o HE tem permanecido a maioria dos dias com 100% de lotação. O informe também traz que, na região do DRS-6, o preenchimento de vagas de UTI também está acima de 98% desde o início de fevereiro.

Nesta quinta-feira (25), o boletim informava ocupação de 100% do HE e de 101% dos hospitais em todo o DRS-6.

Nesta semana, em entrevista ao JC, o secretário municipal de Saúde, Orlando Dias, demonstrou preocupação frente às transferências de pacientes de Bauru para outras regiões e disse que investirá em ampliação de leitos e estrutura no "mini hospital" montado no Pronto-Socorro Central (PSC). "Bauru precisa ter uma solução para o seu paciente. Não podemos mais ter morador daqui sendo levado para Presidente Prudente, Santo André, entre outras cidades".

Em coletiva estadual, na última quarta (24), o coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, fez alerta sobre o aumento de internações em todo o Estado. "Se olhamos para o futuro, nós temos uma previsão bastante preocupante que é poder esgotar os recursos de leitos de UTI no Estado em aproximadamente três semanas", declarou o médico.

OUTRO LADO

Em nota, o Estado, que gerencia os leitos em Bauru, ressaltou que o SUS é universal e regionalizado, sobretudo quando envolve atendimento de alta complexidade, como as UTIs.

"Eventuais transferências inter-hospitalares e intermunicipais de pacientes são feitas se e quando houver necessidade", pontua a Secretaria de Estado da Saúde. Fato que leva a pasta a "manter estratégia especial de gestão de leitos hospitalares, para dar prioridade à internação de pacientes com quadros respiratórios agudos e graves, com suporte da Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), sistema online que funciona 24 horas por dia e que verifica vagas disponíveis em hospitais do SUS em SP, para as transferências".

O Estado afirma ainda que tem trabalhado sozinho pela criação de novos leitos na região e na cidade de Bauru, "uma vez que nenhum leito de UTI instalado no município é mantido pela prefeitura, e em toda a região não há qualquer habilitação de UTI Covid-19 vigente pelo Ministério da Saúde".

A nota destaca também as 30 enfermarias Covid em funcionamento no HC e volta a dizer que mais dez serão abertas "nos próximos dias" no local, assim como outras 20 UTIs (dez no HC e dez no HE).

A pasta finaliza apontando que, ontem, a ocupação de UTI na região era de 92,3% e do HE de 98%, números diferentes do boletim municipal.

Conforme o JC noticiou, um morador de Bauru, de 49 anos, morreu de Covid-19, em 2 de fevereiro, após ser transferido para Mirandópolis, a 270 quilômetros. A família da vítima aponta que viagem, por conta da falta de leitos em Bauru e região, teria piorado o quadro de saúde do homem, sendo fator determinante para o óbito. O Estado nega.

Em nota, o Estado ressaltou que o SUS é universal e possui caráter regionalizado, sobretudo quando envolve atendimento de alta complexidade, como é o caso de leitos de UTI.

"Eventuais transferências inter-hospitalares e intermunicipais de pacientes são feitas se e quando houver necessidade", pontua o Estado. Fato que leva a Secretaria de Estado da Saúde a "manter estratégia especial de gestão de leitos hospitalares, para dar prioridade à internação de pacientes com quadros respiratórios agudos e graves, com suporte da Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), sistema online que funciona 24 horas por dia e que verifica vagas disponíveis em hospitais do SUS em SP, para as transferências".

AMPLIAÇÕES

O Estado afirma ainda que tem trabalhado sozinho pela criação de novos leitos na região e na cidade de Bauru, "uma vez que nenhum leito de UTI instalado no município é mantido pela Prefeitura, e em toda a região não há qualquer habilitação de UTI Covid-19 vigente pelo Ministério da Saúde".

Em nota, a pasta finaliza dizendo que, nesta quinta (25), as taxas de ocupação de UTI na região era de 92,3% e do HE de 98%, diferentes do boletim municipal.



Fonte: JC Net
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