A combinação entre a alta de mortes gerada pela pandemia e o agravamento da crise econômica provocou uma disparada nos sepultamentos assistenciais em Bauru. No primeiro semestre de 2021, a Emdurb registrou 381 enterros custeados pela prefeitura a famílias em situação de vulnerabilidade. O número, de acordo com a empresa municipal, nunca havia sido registrado antes em um período de apenas seis meses. E, desse total de funerais, 40% representam somente os de vítimas da Covid-19. Apesar da elevação, a Emdurb assegura que possui jazigos suficientes até 2022 e que já estuda ampliação, caso seja necessário,
Atualmente, os cemitérios do Jardim Redentor e Cristo Rei fazem os sepultamentos assistenciais. O benefício é concedido pela Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes), após avaliação socioeconômica. Ele pode incluir, além do jazigo para sepultamento, o velório, a urna, o translado e a certidão de óbito.
"Temos um total aproximado de 1,5 mil vagas de jazigos assistenciais na cidade. Em uma situação normal, não precisaríamos nos preocupar, mas a pandemia fez saltar a média mensal, que era de 40 funerais", comenta Sidnei Souza, diretor de Manutenção e Modais da Emdurb.
VAGAS E ROTATIVIDADE
Como na última ampliação de vagas, entre o fim de 2020 e início deste ano, a empresa municipal construiu 116 jazigos no Cemitério Redentor, a Emdurb garante que há espaço suficiente para aguentar o aumento observado até 2022. E que, diferentemente de outras localidades, Bauru não precisará abrir valas.
"Essa foi a maior construção de jazigos da história da Emdurb. E temos ainda 67 vagos, ou seja, como cada um tem três gavetas, são 201 vagas até 2022", observa Sidnei, detalhando que o ciclo de rotatividade das gavetas, diante da possibilidade de exumação dos corpos a cada três anos, é acompanhado diariamente por uma equipe da empresa e tem ajudado a manter o atendimento com certa "folga".
"Estudamos como a pandemia se comporta para a construção de novos jazigos. Acompanhando o cenário, vemos uma tendência de queda de mortes, até por conta da vacinação. Mas, caso isso não ocorra, estaremos prontos para corrigir. Temos área no Cristo Rei e expertise para isso", ressalta Sidnei.
Ele reforça ainda que, além do aumento de mortes trazido pela Covid-19, o fator econômico tem pesado bastante a favor do crescimento dos pedidos. "Cresceu o número de famílias em situação de vulnerabilidade e buscando o serviço. Na última reunião com a Sebes, inclusive, nos atentamos para isso", pontua.
EM NÚMEROS
Quando não havia pandemia, o total de sepultamentos assistenciais feitos pela Emdurb não superava uma média semestral de 250 registros.
Para fins comparativos, no 1.º semestre de 2019, houve 234 sepultamentos assistenciais (confira no quadro abaixo), 62% a menos do que no mesmo período de 2021. Naquele mesmo ano, o segundo semestre fechou com 170 funerais.
A partir do 1.º semestre de 2020, os registros passaram a aumentar gradativamente. De 195, os sepultamentos assistenciais cresceram 23,5%, chegando a 241 no 2.º semestre de 2020.
O montante dos seis primeiros meses de 2021, contudo, é o maior já observado. Foram 381 sepultamentos assistenciais, 58% a mais que os últimos seis meses de 2020. "Tivemos que cobrar 105% de eficiência do nosso pessoal que atua nos cemitérios, como coveiros e ajudantes gerais, durante a pandemia. É preciso 'tirar o chapéu' para eles", finaliza Sidnei Souza.
SERVIÇO
Quem necessitar de sepultamento assistencial precisa entrar em contato com a Sebes, pelos telefones (14) 3227-8624 e (14) 3223-2849. A pasta fica na rua Alfredo Maia, quadra 1.