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04/03/2021

Pandemia faz taxa de natalidade ter queda de quase 30% em Bauru

As incertezas provocadas pela pandemia e o medo do novo coronavírus fizeram com que muitas pessoas decidissem adiar o sonho da maternidade e da paternidade em Bauru. Um levantamento feito pela Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), com base nos dados dos dois Cartórios de Registro Civil existentes no município, mostra que, em janeiro deste ano, foram registrados 359 nascimentos em Bauru, número 27,7% menor do que o do mesmo mês de 2020, quando houve 497.

Segundo o órgão, este foi o primeiro mês em que foi possível medir o reflexo da pandemia nos nascimentos, ao contar nove meses de gestação. Os dados estão disponíveis no Portal da Transparência do Registro Civil (transparencia.registrocivil.org.br), repositório de estatísticas dos atos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Arpen-Brasil.

Para o médico ginecologista Sérgio Henrique Antonio, que é coordenador do Programa de Saúde da Mulher e coordenador da Casa da Mulher de Bauru, o fator principal para essa redução é mesmo o "baque mental" provocado pela pandemia. "No começo, pensava-se que a taxa de natalidade aumentaria bastante, porque as pessoas estariam mais próximas em casa, principalmente por conta do isolamento social. Porém, o que estamos vendo é o contrário, porque as pessoas estão com medo da doença, de correrem riscos", analisa.

Além disso, outra questão que pode ter colaborado para minar o desejo dos casais de terem filhos neste momento é o impacto financeiro que muitas famílias estão sofrendo. "O coronavírus trouxe muitas incertezas. Os casais estão receosos de planejar uma gravidez e perderem a renda em algum momento. Ou, então, temem não poder compartilhar com a família os momentos da gestação e o crescimento do bebê, considerando o isolamento social", complementa.

EXPECTATIVA

Por outro lado, Sérgio Henrique Antonio avalia que, quando a pandemia estiver controlada ou tiver terminado, haverá um crescimento acentuado na taxa de natalidade. "As pessoas vão poder se encontrar, não terão medos ou incertezas por conta da Covid-19 e poderão contar com a família. Com certeza, irá aumentar significativamente", observa.

Este é, inclusive, o plano da fisioterapeuta Larissa Valerio Correia Gonçalves, de 31 anos, e do marido, Daniel Moreno Ramos Gonçalves, de 29. Eles estão entre os casais que decidiram esperar um pouco mais para terem o primeiro filho. "Nossa intenção era começar a tentar a partir de agosto do ano passado. Porém, como trabalho na 'linha de frente' do coronavírus, tive medo de trabalhar grávida e correr algum risco. Então, decidimos adiar e esperar tudo amenizar", conta Larissa.

O casal reitera que o isolamento social também colaborou para o adiamento dos planos. "Nós queremos que a família participe desse momento. Queremos compartilhar isso com eles. Mas, com a necessidade do distanciamento, e o medo de oferecer risco para eles, por ser da linha de frente, avalio que o melhor é esperar tudo isso passar", finaliza a fisioterapeuta.



Fonte: JC Net
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