Você já deve ter visto o rosto dessa pessoa. No último domingo, o Brasil inteiro ficou sabendo da sua existência pela reportagem do Dr. Drauzio Varella.
Numa reportagem emotiva, com direito a choros e abraços, a detenta trans revelou a solidão de não receber visitas há pelo menos 8 anos.
Após a repercussão, milhares de pessoas se compadeceram do caso e começaram a enviar cartinhas, presentes, chocolates, até mesmo uma vaquinha virtual foi criada para ajudar, ultrapassando a barreira dos 8 mil reais arrecadados.
Em meio a tudo isso, uma única pergunta martelava insistentemente minha cabeça: ok, mas o que ela fez? Qual crime cometeu? Por que sua própria família não a visita? Para estar presa tanto tempo assim num lugar feito o Brasil, coisa boa não deve ter feito.
E então eu fiz o que qualquer pessoa com sede por respostas faz num momento como esse: eu comecei a procurar.
E foi difícil, viu? Em absolutamente NENHUMA matéria sobre o caso descrevia o motivo da prisão. Por que omitiriam uma informação dessas se fosse algo relativamente bobo?
E após muito procurar, encontrei.
O motivo? Homicídio triplamente qualificado e estupro de vulnerável.
Suzy esperou a vizinha sair. Entrou na casa dela e estuprou seu filho, um garoto de 9 anos. Matou, com requintes de crueldade, e ocultou o cadáver. Sem contar outras crianças que estuprou anteriormente.
Foi renegada pela própria família, que depôs contra no processo. Foi condenada em primeira e segunda instância. Teve seu redimensionamento de pena negado.
Ganhou reportagem no fantástico e pedidos de empatia.
Ganhou cartinhas de amor de crianças, sim, de CRIANÇAS, a mando de escolas, que fizeram atividades sobre o tema.
Você, pai, mãe, diante dos fatos, como se sentiria em saber que seu filho escreve cartinhas de amor pra um pedófilo, estuprador e homicida? Pois é...
Não se deixem levar por tudo o que assistem na mídia. A verdade muitas vezes não está visível, não vem colada num outdoor de LED piscando na sua cara.
É você quem tem que buscá-la.