O prefeito de Ourinhos Lucas Pocay (PSD) publicou nesta terça-feira, 1º de junho, um novo decreto, que altera a redação de dois artigos do Decreto nº 7.405, de 07 de maio de 2021, que estabelece medidas de contingenciamento, de caráter temporário, em continuação à prevenção de contágio pela Covid-19, na cidade. As alterações determinam o retorno imediato ao trabalho presencial dos servidores municipais com comorbidades ou não que já receberam pelo menos a 1ª dose da vacina contra a Covid.
O artigo 13 ganhou uma nova redação, que troca o trecho, que determina a volta imediata dos “já imunizados pela vacina contra a COVID-19”, para os “já imunizados com a primeira (1ª) dose da vacina contra o COVID-19”, o que é algo contestável, pois todos sabemos que só se consegue a imunidade contra o vírus com as duas doses da vacina e, mesmo assim, não há garantia de 100% de eficácia de imunização.
Já o artigo 16 foi revogado o inciso 1º, que permitia a dispensa dos serviços os idosos, diabéticos, hipertensos crônicos e pacientes cardíacos, gestantes, que possuam doença renal crônica ou doença respiratória crônica. Agora todos que tomaram pelo menos a 1ª dose da vacina terão que retornar imediatamente. Confira o novo decreto e os decretos alterados:
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Primeira dose ajuda, mas imunização contra a Covid-19 depende de segunda dose
Com exceção da vacina da Janssen, todos os principais imunizantes tem um regime de duas doses e os especialistas concordam: é importante seguir o que foi previsto experimentalmente.
É o caso tanto da Coronovac, a vacina do Instituto Butantan com a Sinovac, quanto a vacina de Oxford e da AstraZeneca, esta em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"A vacina de Oxford foi testada para ter uma dose, mas durante os experimentos, comprovou-se que precisava das duas doses. É de extrema importância que se siga o que foi previsto experimentalmente, porque não temos dados de que uma dose é suficiente", recomenda Gustavo Cabral, imunologista e pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (Universidade de São Paulo).
Cabral explica que a pessoa que recebeu uma única dose pode não ter gerado a maturidade e memória imunológica para se proteger contra a doença.
"As vacinas que estamos usando aqui têm intervalo de vinte dias a três meses, o prazo varia, mas tem que receber a segunda dose", disse.
O período máximo para a aplicação da segunda dose da vacina do Butantan é de até 28 dias. Para a vacina de Oxford/AstraZeneca, esse intervalo pode ser de até três meses.
O infectologista Igor Maia Marinho, do Hospital Emílio Ribas, engrossa o coro.
“Do ponto de vista de efeito colateral para o corpo, não existe risco tomar apenas uma dose, mas não tem garantia de eficácia de proteção às pessoas que tomaram apenas uma vez. Se isso [de atrasar] acontecer, pode correr o risco de surgir uma falsa sensação de segurança. É preciso tentar vacinar bem o máximo de pessoas”, disse.
Reforço
O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Marco Krieger, disse em entrevista à CNN que a eficácia do imunizante de Oxford é de 73% já na primeira dose, mas que o reforço assegura ainda mais a proteção.
"O reforço da vacina aumenta essa resposta [imunológica]. No caso desse reforço ser dado em um prazo de até três meses, o nível da resposta imunológica aumentou em sete vezes”, disse.
Fonte: CNN Brasil