A segunda geração já nasceu, cresceu e ainda não viu os problemas que cercam suas casas, incomodando seus pais há anos, serem solucionados. O que mais aborrece os moradores que residem em 12 quadras de terra no Jardim Marambá é ver que estão cercados por outras ruas bem mais estruturadas. E se não bastasse residir em uma 'ilha' de terra, sem previsão de pavimentação, com ruas escuras e desniveladas, agora um vazamento de esgoto contínuo, que entre consertos e rompimentos dura oito meses, voltou a tirar o sono dos munícipes do bairro.
Uma delas é a autônoma Natalia Miranda dos Santos, 33 anos, 11 deles vividos na quadra 7 da avenida Pedro Bertolini, onde situa-se o vazamento que já causou erosão na via pública. Segundo ela, o DAE arruma, porém, passa dois ou três dias e volta a escoar o esgoto. Outra queixa dela é de que em 2021 ainda não teve o trator da Secretaria de Obras passando pelo local para nivelar o solo.
A moradora fala ainda da dificuldade que é alugar um imóvel. "Já tentamos sair daqui, aluguei a casa várias vezes, para cinco inquilinos, mas ninguém para. Ninguém consegue morar aqui, só nós, os donos. O vizinho da frente, por exemplo, nem consegue sair de casa com o carro, o veículo ficaria entalado", reclama.
Ainda há pessoas que jogam entulhos nesta erosão. Segundo Natalia, certa vez, ela quase apanhou por repreender um porcalhão que parou e jogou restos de construção no local. "Fui pedir para não depositar nada na rua e o homem me ameaçou, iria me agredir com enxadadas", recorda.
MAIS RUAS
Problemas semelhantes aos de Natalia estão impregnados também na ruas vizinhas, a José Talon, Tenente José Cintra Bonin e Pedro de Rosa. Os moradores alegam se esforçar para não perder as esperanças.
Segundo Osmair Crespi, representante comercial, 64 anos, a Secretaria de Obras já foi acionada, por meio de um vizinho servidor, mas não obteve retorno. "Estamos esquecidos, abandonados, impotentes e enganados", critica.
Segundo o DAE, em contato com o 0800 da autarquia, não houve registro de ocorrências pendentes no endereço indicado. No entanto, uma equipe será enviada ao local para apurar a situação quanto ao vazamento e preparar uma intervenção imediata na área, se necessária. Sobre o asfalto no bairro, há necessidade de construção de galerias e até dezembro passado a prefeitura alegava falta de recursos.