Por onde recomeçar? É esta a pergunta que fazem três famílias moradoras do Parque Jaraguá, em Bauru. Ao verem praticamente tudo o que tinham - inclusive as moradias e também as fontes de renda - virar cinzas, as vítimas, que saíram ilesas da ocorrência, contam, agora, com a solidariedade da população.
O incêndio destruiu três casas e duas lojas, situadas no mesmo terreno, na quadra 1 da rua Amina Hamad Giacovoni, às 12h40 do último sábado (6). Para se ter ideia, o Corpo de Bombeiros demorou cinco horas para conter as chamas. As famílias que lá viviam e trabalhavam, incluindo dois idosos e uma gestante de 8 meses, perderam os seus pertences.
De acordo com o marceneiro Ednei Xavier Palmeira, de 50 anos, o fogo teria começado após um curto-circuito na fiação da parte superior da casa onde viviam a comerciante Madalena Pereira, de 78, além do seu marido, o aposentado Domingos Roque, de 83, que são sogros de Ednei. A idosa tocava uma mercearia em frente à residência e, assim como o esposo, conseguiu fugir das chamas rapidamente.
Na casa ao lado, moravam a filha de Ednei, a comerciante Isabella Palmeira, de 19, bem como o genro do marceneiro, o operador de empilhadeira Leanderson Henrique Menezes Silva, de 22. A moça trabalhava no disk pertencente à família, ao lado da mercearia, no momento do incêndio, fato que permitiu que saísse sem se machucar. Já o seu companheiro estava dentro da casa, mas também escapou ileso.
Por fim, a terceira residência abrigava Ednei, a esposa Ana Paula Pereira, de 44, o filho Pablo Rafael de Souza Palmeira, de 28, além da nora Bruna Torquetti, de 24, grávida de 8 meses. "Eu estava na minha empresa, que fica a alguns metros da casa e os demais trabalhavam no disk quando tudo começou a pegar fogo. Nós perdemos quase tudo, mas, graças a Deus, ninguém se feriu", complementa o marceneiro, com um misto de desconsolo e alívio.
RECOMEÇO
Embora o incêndio tenha levado roupas, móveis e até dinheiro, afinal, a idosa costumava guardar moedas em potes, a tragédia mostrou às três famílias que elas não estão sozinhas. "Eu contei cerca de 300 pessoas nos ajudando a salvar a mercadoria das duas lojas e armazenando nas suas respectivas casas", rememora Ednei.
Passado o susto, o marceneiro afirma que o grupo só pensa em recomeçar. Cada família está alojada na casa de algum parente. "Nós éramos tão unidos e, agora, estamos longe", lamenta Pablo Rafael de Souza Palmeira, filho de Ednei.
Segundo o rapaz, a maior preocupação das três famílias gira em torno do casal de idosos. "Recentemente, a minha avó perdeu a irmã e a sobrinha para a Covid-19. Dói muito vê-la sofrer desta maneira", revela.
A Defesa Civil interditou os cinco imóveis, que precisam ser demolidos, porque a estrutura externa pode cair na rua e derrubar a fiação ou, na pior das hipóteses, machucar alguém.
Diante disso, qualquer ajuda será bem-vinda. As três famílias aceitam doações em dinheiro, roupas e também material de construção.
SERVIÇO
Quem quiser ajudar o recomeço do grupo, basta entrar em contato com Pablo, através dos telefones (14) 99611-6588 (só WhatsApp) e (14) 99713-1439 (só ligações).